ARMÁRIO DE VIDRO
Por Carlos Sena
Ser ou não ser do armário? Eis a questão. Entendo mesmo que o bom é ser feliz sendo o que se é. Compreender os “armaristas” é fundamental, embora isso não signifique tomar posição contra ou a favor. Essa situação não é dicotômica nem simplista, mas requer de todos, como disse, COMPREENSÃO. Só através da compreensão se pode conviver bem com os diferentes, ou com os “de fé rente”... O tipo de sociedade em que vivemos adora futricas, principalmente quando o assunto é a vida intima dos outros. Não só dos gays, mas de todos no quesito chifre, gaia, periguete, boca, boquete, etc.
No quesito “armário” há que se considerarem as suas intrínsecas dificuldades para quem o habita. Porque geralmente essas pessoas tem em seu derredor um monte de circunstancias que implicam na permanência no armário. Ser casado, ter filhos é uma delas. Pertencer a uma família conservadora é outra e assim tantas. Os “do armário” devem sofrer muito e além daqueles que já saíram dele há tempos. Porque viver fora do armário também provoca desconforto social, pois o preconceito não deixa de existir em nenhuma das duas situações. Como se vê, não se faz omelete sem quebrar os ovos, nem se vai pro céu sem ter morrido! Essas são as questões além daquela que leva os “armaristas” a situações mais complexas, principalmente quando há a possibilidade concreta de ser desmascarado; de ter que “soltar a franga” na frente de mulher e filhos...
Assim, habitar o armário não deve ser fácil. Muitos do que lá estão nem sempre tem consciência do tipo de armário que estão dentro – sua forma, textura, tipo de madeira. Porque muitas vezes os “armários” mais perigosos são os de vidro. Este é aquele em que os seus habitantes juram para si mesmos e para os outros que ninguém sabe onde “moram” ou onde se “escondem”... Até pra isso é fundamental saber o tipo de material que foi construído o “cubículo” que trancafia aqueles que fogem de si mesmos e da sua sexualidade. Assim, o ARMÁRIO DE VIDRO nada protege. As pessoas lá de dentro imaginam que o mundo nas as vê, mas todo mundo sabe que aquela pessoa transita noutro universo de significação sexual. De repente o mundo todo fica sabendo por que fica vendo. Mas quem tá dentro prefere a ilusão da mentira muitas vezes repetida que nem sempre vira verdade. A rigor, nenhum armário de madeira nem o de vidro, são o suficientemente intransponível para abrigar a solidão dos que são sem poder ser e, quando são, o fazem na moita, na surdina das suas intimas contradições...
Por Carlos Sena
Ser ou não ser do armário? Eis a questão. Entendo mesmo que o bom é ser feliz sendo o que se é. Compreender os “armaristas” é fundamental, embora isso não signifique tomar posição contra ou a favor. Essa situação não é dicotômica nem simplista, mas requer de todos, como disse, COMPREENSÃO. Só através da compreensão se pode conviver bem com os diferentes, ou com os “de fé rente”... O tipo de sociedade em que vivemos adora futricas, principalmente quando o assunto é a vida intima dos outros. Não só dos gays, mas de todos no quesito chifre, gaia, periguete, boca, boquete, etc.
No quesito “armário” há que se considerarem as suas intrínsecas dificuldades para quem o habita. Porque geralmente essas pessoas tem em seu derredor um monte de circunstancias que implicam na permanência no armário. Ser casado, ter filhos é uma delas. Pertencer a uma família conservadora é outra e assim tantas. Os “do armário” devem sofrer muito e além daqueles que já saíram dele há tempos. Porque viver fora do armário também provoca desconforto social, pois o preconceito não deixa de existir em nenhuma das duas situações. Como se vê, não se faz omelete sem quebrar os ovos, nem se vai pro céu sem ter morrido! Essas são as questões além daquela que leva os “armaristas” a situações mais complexas, principalmente quando há a possibilidade concreta de ser desmascarado; de ter que “soltar a franga” na frente de mulher e filhos...
Assim, habitar o armário não deve ser fácil. Muitos do que lá estão nem sempre tem consciência do tipo de armário que estão dentro – sua forma, textura, tipo de madeira. Porque muitas vezes os “armários” mais perigosos são os de vidro. Este é aquele em que os seus habitantes juram para si mesmos e para os outros que ninguém sabe onde “moram” ou onde se “escondem”... Até pra isso é fundamental saber o tipo de material que foi construído o “cubículo” que trancafia aqueles que fogem de si mesmos e da sua sexualidade. Assim, o ARMÁRIO DE VIDRO nada protege. As pessoas lá de dentro imaginam que o mundo nas as vê, mas todo mundo sabe que aquela pessoa transita noutro universo de significação sexual. De repente o mundo todo fica sabendo por que fica vendo. Mas quem tá dentro prefere a ilusão da mentira muitas vezes repetida que nem sempre vira verdade. A rigor, nenhum armário de madeira nem o de vidro, são o suficientemente intransponível para abrigar a solidão dos que são sem poder ser e, quando são, o fazem na moita, na surdina das suas intimas contradições...