SUPERACÃO

O dia amanheceu lindo. Com o outono chegando, o verão parace meio sem vontade de deixá-lo se instalar, pois ontem e hoje, a temperatura, que havia refrescado, voltou a subir.
Resolvemos, viajar para  Short Hills, uma encantadora cidade que fica em New Jersey. E pelo caminho, ainda em Nova Iorque, as homenagens as vítimas do 11 de setembro, se mostravam, por toda parte. Mulheres, crianças, jovens, idosos, carregavam a bandeira do país, e cartazes onde se podia ler frases do tipo: "Para nunca mais nos esquecermos"  ou "Jamais iremos esquecer".

Nosso carro parou em alguns sinais de trânsito, e vi, grupos de pessoas mostrando sua gratidão ao corpo de bombeiros da cidade, que foram verdadeiros herois, naquele dia fatídico, quando mais uma vez o homem, mostrou-se tão sem humanidade.
Tive a oportunidade, de fazer a única coisa que estava ao meu alcance, abri por varias vezes o vidro do carro, e acenei para eles, sorri, enviei um olhar, em que a solidariedade e o respeito, estavam  presente.
Logo em seguida rumamos em direção ao Holland Tunnel, e pela avenida o novo WTC, se deixava ver, cada vez ficava mais próximo.
Ao ver de bem perto aquela construção imponente, fiquei pensando, na grande superação desse povo.
Construíram outro cartão postal para a cidade, e tão belo quanto eram as Torres Gêmeas.
No local, onde antes elas existiam,  que poderia ter virado um grande mausoléu, foram construidas duas imensas piscinas, cujas águas nunca param de correr, e ao redor foram plantadas, dezenas e dezenas de carvalhos brancos, e uma pereira, conhecida como "A árvore sobrevivente". Essa pereira, foi a única árvore que sobreviveu ao ataque, e ficou reduzida a um tronco de 2 m.
Hoje, a "árvore sobrevivente" vive no lado oeste da piscina sul, ela incorpora a história de sobrevivência e resistência.
E realmente o local virou um imenso e belo parque, onde se respira serenidade.

Doze anos se passaram, mas esse ainda é um assunto delicado por aqui. Ontem, enquanto escolhia batata doce, no supermercado, uma senhora bem idosa, de cabelos da cor da neve, além de me contar que batata doce, a ajuda a baixar o colesterol. Com os olhos rasos d'agua, falou-me sobre o 11 de setembro, dizendo que perdeu naquele dia, uma grande amiga, e um cunhado. E, que no dia seguinte iria sair com um grupo, para levar uma coroa de flores aos bombeiros da cidade.
Contou-me, que esse gesto, ela repete todo ano desde que a tragédia aconteceu, e que fará até morrer. Terminou dizendo, que é uma forma de mostrar aos bombeiros, o quanto ela é grata, por tantas vidas que eles salvaram. 

Uma data, que com certeza o mundo nunca irá esquecer.
Fico pensando, que se ao menos a dor causada, pela terrível tragédia, ocorrida no 11 de setembro, servisse para ensinar ao homem o valor da concórdia, poderíamos pensar que valeu para algo útil.
Porém, os terríveis fatos, ocorridos recentemente em Damasco, estão aí,  para nos mostrar as atrocidades que o ser dito humano continua disposto a realizar.


(Imagem; Lenapena - WTC)
Lenapena
Enviado por Lenapena em 12/09/2013
Reeditado em 12/09/2013
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