Clube da Luluzinha


 
Em curto espaço de tempo, compareci a duas reuniões de mulheres. Uma aqui na cidade, para um cafezinho com amigas que eu vejo sempre. Mesmo assim não faltou assunto. O ‘cafezinho’, na verdade, tinha chás, sucos, variados pães, geleias e bolos. Sentadas à mesa – duas empresárias, duas professoras e uma dentista, fizemos comentários sobre o ‘politicamente correto’, sobre as novas tecnologias, sobre a moda dos casamentos em praias (que acarreta dificuldades aos convidados), sobre podólogas, sobre saúde, as vantagens de fazer caminhadas, de praticar pilates... Falamos também de viagens, aqui por perto ou bem distantes... Comentamos as passeatas e criticamos o governo petista. Falamos da educação em casa e nas escolas... Falamos dos problemas aqui da terra, assim como de gente humilde que estuda sem auxílio de bolsa e se faz na vida. Comentamos a decoração do novo apartamento da anfitriã e apreciamos a vista que se descortinava lá de cima: o pôr do sol atrás da serra da Mantiqueira.

A outra reunião foi em São Paulo, com três biólogas, uma artista plástica, a anfitriã pesquisadora e eu, das letras. O convite foi para um café ao cair da tarde (variado como o outro) e o motivo, tal como o anterior, conhecer o novo apartamento da anfitriã. Lá também não faltou assunto, que passou dos móveis à variedade de pássaros do campus da USP, das panelas de alumínio à novidade das frigideiras de cerâmica esmaltada, das frituras ao azeite que pode ser borrifado sobre as saladas... De viagens, livros e quadros à arquitetura dos anos sessenta – arquitetos João Artacho e Artigas. Falamos de máquinas de lavar louça, do trânsito engarrafado, das novas linhas de metrô, de carros com câmbio automático ou mecânico... De pressão alta, comida sem sal e exercícios para a coluna... Das passeatas, do quebra-quebra e invasões dos sem-teto... E para finalizar, apreciamos a vista lá de cima: de um lado a avenida Paulista, do outro o bairro do Pacaembu todo iluminado.