A FLORESTA AMAZÔNICA E A ZFM (AMAZONAS, O ESTADO DO JÁ TEVE!)

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Talvez inebriados pelo anúncio da presidente Dilma Rousseff de que a Zona Franca de Manaus foi prorrogada por mais 50 anos, os cientistas, pesquisadores e pensadores talvez tenham se esquecido de que devemos preservar a floresta sem esquecer do homem que nela mora e buscar urgentemente uma outra forma sustentável de desenvolvimento para o Amazonas, com a manutenção de sua principal riqueza, que continua sendo sua Floresta Amazônica, tão cobiçada internacionalmente e pouco explorada nacionalmente. O Amazonas é considerado o “Estado do Já Teve” e nada soube aproveitar perenemente, ficando por sucessivas vezes, ficando na dependência de políticas federais para dar rumo ao seu desenvolvimento.

Acredito que esse futuro promissor pós Zona Franca possa estar exatamente na exuberante Floresta Amazônica, com o desenvolvimento da biotecnologia, criação de um polo de biotecnologia - um conjunto de técnicas que permite à indústria farmacêutica cultivar microrganismos para produzir os anbitióticos que serão comprados nas farmácias do Brasil e do mundo.

Contudo, para isso, é necessária uma direção política objetiva e clara nesse rumo, o que não consigo ver, por mais que queira encontrar!

O Modelo Zona Franca de Manaus foi criado como um empreendimento prioritário na elaboração e execução de um projeto maior do Plano de Valorização Econômica da Amazônia, conforme diz o decreto 288/69, assinado pelo então presidente Humberto de Alencar Castello Branco e pelos Ministros João Gonçalves de Souza, Octávio Bulhões e Roberto de Oliveira Campos para durar apenas alguns anos.

Depois foi sendo sucessivamente prorrogada, culminando agora com o anúncio de que ele ainda vai permanecerá por mais 50 anos. E depois? O que já foi pensado para o futuro do Amazonas, depois dos 92 anos da ZFM? Será tentada mais uma prorrogação política? Até quando?

Não devemos esquecer que a Zona Franca foi criada em um determinado período da história recente do Brasil, como uma “área de livre comércio de importação e exportação e de incentivos fiscais, com a finalidade de criar no interior da Amazônia um centro industrial, comercial e agropecuário dotado de condições econômicas que permitam seu desenvolvimento, em face de fatores locais e da grande distância a que se encontram os centros consumidores de seus produtos”, como diz o Art. 1º do Decreto. Hoje, essa realidade mudou!

Porém, o verdadeiro e correto e perene desenvolvimento para a Amazônia está na biotecnologia. Infelizmente, nossos planejadores do futuro, do terceiro milênio, estão inebriados com a notícia da prorrogação da ZFM e não planejaram nada para daqui a mais 50 anos! Temos uma rica floresta, cobiçada internacionalmente, mas não sabemos tirar proveito de suas propriedades biomedicinas porque faltam pesquisas, tecnologias e investimentos para enxergarmos o que virá depois dos próximos 50 anos de vigência de nosso modelo econômico.

O ciclo econômico da borracha deu lugar anos mais tarde, a um pujante comércio de artigos eletrônicos importados, lotando as ruas centrais de Manaus. Isso desapareceu, as lojas fecharam suas; indústrias tradicionais do DI também encerraram suas atividades, como Nelima, Gradiente, Beta, Semp, Philips, Sharp e várias outras não menos importantes que fecharam suas fábricas no Amazonas ou foram sucedidas, incorporadas ou sofreram fusões por outras. Enfim, com isso tudo só confirma o que se diz que o “Amazonas é o Estado do já teve”!

carlos da costa
Enviado por carlos da costa em 08/09/2013
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