Eu comigo mesmo
"O homem para ser salvo só tem necessidade de uma coisa: abrir o coração à alegria" Bertrand Russel
O germe da violência parece irremediavelmente entranhado no cérebro humano. Poderia enumerar mil exemplos, o que me tomaria o espaço para o meu comentário principal. Todos os ditadores do mundo, pensando em fazer o bem em nome da coletividade, mataram e matam seus próprios cidadãos. Um pacífico juiz e professor de universidade do meu País, esquerdista, em um antigo livro dele termina mais ou menos assim: “Não se pode fazer uma revolução sem matar”.
Nas recentes manifestações populares no Brasil, com ótimas intenções e bons propósitos, ao final, o que vimos foi aparecer a velha violência do ser humano.
Este é o principal motivo porque não participaria mais de qualquer manifestação popular, nem me sinto com tanta virtude assim para destruir e “matar” os outros. Diante dessas clamorosas evidências, procuro seguir outro tipo de comportamento. Fui moço e já participei, e muito, dessas manifestações de indignação. Portanto, jamais fui um alienado. O que quero dizer é que desconfio sempre das intenções ocultas desses manifestantes, intenções até inconscientes, mas que sempre existem.
Na verdade, quem já viveu um pouco mais percebe nitidamente que há pouca honestidade intelectual em todos os movimentos, e em todos os setores da vida humana. E é por isso também que abandonei seguir qualquer tipo de religião, apesar das “boas” intenções dela (religião). O que me conforta é encontrar (e isso existe também) pelo meu caminho pessoas realmente boas e com honestidade intelectual. Fico admirado com isso e torno-me fã dessas pessoas.
Mais um exemplo vivido por mim sobre o tema que estou falando com a maior descontração possível com meus amigos e amigas. Estava eu com meus 30 anos e achei que poderia ser um hinduísta. A Índia milenar me atraía. Fazia yoga! Meditava! Sentia-me um puro.
Neste estado de espírito, participei, então, de uma sessão de meditação transcendental, no Cosme Velho, no Rio de Janeiro. Preparava-me para entrar no “eterno”.
Dois instrutores, pacíficos, assim pareciam, me deixaram num quarto isolado meditando. Meia hora depois, escuto enorme discussão entre os dois instrutores. Sim, amigos, brigavam acirradamente, com xingamentos, por uma vaga para terem o direito de ir à Índia.
Não sei se estou fazendo um desabafo, ou se estou alertando sobre a violência humana. Parece que a natureza nos fez assim para nos defender dos ataques da própria natureza. Dos ataques dos animais, dos ataques dos bichos-humanos. E ainda fomos equipados com mecanismos de fraudes, de subterfúgios, de enganações, para a defesa da nossa própria vida.
Fica difícil viver em sociedade, com o agravante do excesso de população, sufocando o planeta, com o ser humano avançando na tecnologia ,mas usando-a decididamente para outros fins que não o bem-estar da humanidade. A ideia de "encher" o mundo foi dada em outro contexto, quando a terra era vazia. As pessoas não se dão conta disso. A Idade Média continua viva.
Olho em volta e só enxergo sofrimento e muita violência generalizada no mundo inteiro.Gente, em sua maioria, frustrada e triste querendo consertar o mundo.
Outro ser humano a ser criado, outro planeta? Procuro respostas com o meu ceticismo, que ainda considero saudável. E acabo dialogando comigo mesmo, na tentativa de me abrir para a alegria, como recomenda o filósofo inglês.
Nota: Pelo gosto da escrita e com um tema que me preocupa, não resisti, na última hora, a publicar este texto, antes de minhas viagens, a partir de amanhã, domingo.
Gdantas
"O homem para ser salvo só tem necessidade de uma coisa: abrir o coração à alegria" Bertrand Russel
O germe da violência parece irremediavelmente entranhado no cérebro humano. Poderia enumerar mil exemplos, o que me tomaria o espaço para o meu comentário principal. Todos os ditadores do mundo, pensando em fazer o bem em nome da coletividade, mataram e matam seus próprios cidadãos. Um pacífico juiz e professor de universidade do meu País, esquerdista, em um antigo livro dele termina mais ou menos assim: “Não se pode fazer uma revolução sem matar”.
Nas recentes manifestações populares no Brasil, com ótimas intenções e bons propósitos, ao final, o que vimos foi aparecer a velha violência do ser humano.
Este é o principal motivo porque não participaria mais de qualquer manifestação popular, nem me sinto com tanta virtude assim para destruir e “matar” os outros. Diante dessas clamorosas evidências, procuro seguir outro tipo de comportamento. Fui moço e já participei, e muito, dessas manifestações de indignação. Portanto, jamais fui um alienado. O que quero dizer é que desconfio sempre das intenções ocultas desses manifestantes, intenções até inconscientes, mas que sempre existem.
Na verdade, quem já viveu um pouco mais percebe nitidamente que há pouca honestidade intelectual em todos os movimentos, e em todos os setores da vida humana. E é por isso também que abandonei seguir qualquer tipo de religião, apesar das “boas” intenções dela (religião). O que me conforta é encontrar (e isso existe também) pelo meu caminho pessoas realmente boas e com honestidade intelectual. Fico admirado com isso e torno-me fã dessas pessoas.
Mais um exemplo vivido por mim sobre o tema que estou falando com a maior descontração possível com meus amigos e amigas. Estava eu com meus 30 anos e achei que poderia ser um hinduísta. A Índia milenar me atraía. Fazia yoga! Meditava! Sentia-me um puro.
Neste estado de espírito, participei, então, de uma sessão de meditação transcendental, no Cosme Velho, no Rio de Janeiro. Preparava-me para entrar no “eterno”.
Dois instrutores, pacíficos, assim pareciam, me deixaram num quarto isolado meditando. Meia hora depois, escuto enorme discussão entre os dois instrutores. Sim, amigos, brigavam acirradamente, com xingamentos, por uma vaga para terem o direito de ir à Índia.
Não sei se estou fazendo um desabafo, ou se estou alertando sobre a violência humana. Parece que a natureza nos fez assim para nos defender dos ataques da própria natureza. Dos ataques dos animais, dos ataques dos bichos-humanos. E ainda fomos equipados com mecanismos de fraudes, de subterfúgios, de enganações, para a defesa da nossa própria vida.
Fica difícil viver em sociedade, com o agravante do excesso de população, sufocando o planeta, com o ser humano avançando na tecnologia ,mas usando-a decididamente para outros fins que não o bem-estar da humanidade. A ideia de "encher" o mundo foi dada em outro contexto, quando a terra era vazia. As pessoas não se dão conta disso. A Idade Média continua viva.
Olho em volta e só enxergo sofrimento e muita violência generalizada no mundo inteiro.Gente, em sua maioria, frustrada e triste querendo consertar o mundo.
Outro ser humano a ser criado, outro planeta? Procuro respostas com o meu ceticismo, que ainda considero saudável. E acabo dialogando comigo mesmo, na tentativa de me abrir para a alegria, como recomenda o filósofo inglês.
Nota: Pelo gosto da escrita e com um tema que me preocupa, não resisti, na última hora, a publicar este texto, antes de minhas viagens, a partir de amanhã, domingo.
Gdantas