RESPEITO. CRÍTICA.

Algumas vezes o calar-se é manifestar-se com grandiloquência. O silêncio como manifestação da vontade não incorpora um paradoxo. Outras vezes o calar-se, quando impunha-se falar, é a encarnação de uma verdade externada com a qual não se perfila.

Importa e interessa ao mundo educado, com formação que enriquece os valores maiores que ficam como suportes do intelecto, o processo crítico com respeito. Ninguém respeita para ser respeitado, o respeito é originário, etiológico, só assim, embrionariamente, é verdadeiro e torna-se respeitável o respeito.Se respeita pela razão do ser humano ser credor de respeito, o seguimento e consequências surgem do fenômeno que rege o cosmos e tudo mais, causalidade, causa e efeito

Se alguém respeita para obter retorno igual, o respeito de nada valeria, pois em todo movimento há movimento igual, maior, ou menor desencadeado. Entenda-se, estou respeitando para ser respeitado, porque vou ser respeitado, senão não respeitaria. É filosófico. Respeita-se por princípio, por agregação de civilidade. Não respeito esperando respeito, respeito por ser educado, civilizado, distante da imensidão do fosso do desrespeito, não respeito esperando respeito, se assim resultasse, meu respeito não seria respeitável, mas um respeito que pede troco, treinado para obséquios, sequioso de relevâncias e homenagens, sem espontaneidade. Por si só já é um desrespeito em gênero.Um desrespeito ao devido respeito no nascedouro.

Existem três verdades no processo crítico, a dos críticos e a verdade absoluta. É essa que a ciência da lógica, no procedimento crítico, persegue, chega-se a ela pela divergência. Deve ser sempre respeitosa a crítica independendo do que se vai obter no contraditório.

A opinião que se insere nessa dialética deve ser respeitosa por embrião. Cada um tem sua opinião, legítima desde que respeitosa, formando o grande rio da discussão social, onde as margens são habitadas por variado contraditório, escorado em formações multifacetadas, plurais. Elas levam ao grande estuário do concerto de vontades, e deságua no mar da verdade absoluta. Mas não respeito para ser respeitado. Seria um desvalor meu respeito isonômico, caricatura do real respeito.

Foi assim que a história apossou-se das grandes conquistas humanas, eviscerando a escravidão formal, estruturado o iluminismo, listando os direitos fundamentais humanos, hoje inscritos na Declaração Universal dos Direitos Humanos,onde se insere o direito de ser respeitada a honra pessoal de cada ser humano, emblemática em sua personalidade.

Tudo conseguido através do processo crítico. Didaticamente, quase de forma popular, rasamente, discorri faz tempo sobre a honra e suas violações em artigo que se encontra entre os meus mais lidos. Sempre é bom estar relativamente informado sobre esse tema.

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 07/09/2013
Reeditado em 14/10/2013
Código do texto: T4470914
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