Nossa idade: sem medo e sem pânico




 
 
                                         
 
                        A melhor maneira de não ficar velho é se rebelar contra a velhice. Sim, no melhor sentido do termo.  Quer dizer: praticar exercícios físicos, exercitar sempre a mente, evitar as comidas gordurosas.  E o principal: essa,  aprendi ao ler um comentário de um escritor muito querido. Dizia ele : use o mecanismo de negação. Esqueça a idade cronológica  e adote a idade psicológica. Não perdi tempo e já adianto para os amigos e amigas. - Minha idade?  51 anos. Essa a minha idade psicológica.
                        Muitas vezes ficava  sem jeito para dizer minha idade, não queria mentir, agora estou feliz, encontrei minha idade psicológica. E olha que ainda tenho uma outra idade: a idade fisiológica, atestada pela medicina moderna. Por modéstia silenciarei sobre essa outra idade. Fiquemos nos cinquenta e um anos, que é uma boa ideia.
                        Amigos leitores, amigas leitoras, parece que estou brincando, mas falo sério sobre a idade. Tenho um exemplo caseiro. Meu pai foi até os 91 anos, sem doenças (a não ser no finalzinho da vida). Recordo-me que o “velho” não tinha cara de velho, qualquer um dava para ele no máximo uns 70 anos, exagerando.  Penso que ele não ficou velho pela rebeldia dele.  Dou  mais um exemplo:  toda vez que atravessava a rua, estando com ele, eu tentava pegar na mão dele (preocupado,  como bom filho).  Ele me dava um repelão, puxava a mão  e me dizia, quase aos gritos: - “ Não me pegue, não me pegue”.  Só com essa medida, ele remoçava 20 anos.
                        Os leitores mais atentos devem estar se perguntando, mas esse Gilberto não disse que ia viajar?  - Realmente, disse. E confirmo. Mas as viagens profissionais foram adiadas por dois dias.  E sendo assim, não resisti a essa nossa conversa aqui no Recanto. Como também não resisto em contar uma velha piada bastante esclarecedora.
                        É que andava literalmente apavorado com o avançar da minha idade. Todos já sabem que me preocupo com isso e não me iludo com a tal da “boa idade”.
                        Vivia dizendo que estava entrando em pânico. Notei que muita gente não sabia bem distinguir entre medo e pânico. Daí a piada esclarecedora, com o que me despeço momentaneamente dos amigos.
                        Há autores que usam metáforas para dar clareza ao seu raciocínio. Outros apelam para uma parábola e outros mais para uma boa piada.
                        Pois bem, para que ninguém tenha mais dúvida:  o medo acontece quando o homem verifica que pela primeira vez não conseguiu dar uma “segunda”. Isso é medo! E o pânico, senhores e senhoras, é quando o homem não consegue pela segunda vez dar a “primeira”. Decididamente, isso é pânico!