SOMOS LIVRES?

Não somos livres, embora alguns pensam serem. Nossos caminhos podem ser dirigidos por nós mesmos, mas há limites, e o pior, as pessoas não percebem. Quem nos sinaliza os padrões é a sociedade dita organizada, nem tão organizada assim. Mas temos limites, a inteligência mais imperfeita deve divisar. Esses limites decorrem da Moral, ciência que traça a ética e o direito.

Então fica certo que não somos livres, livre é nossa vontade, que paga por seus excessos, pois quem dá o norte é a MORAL, em seu braço coercitivo, obrigatório, pela lei, pelo direito. Se livres pudéssemos ser não existiriam condutas reprováveis pela sociedade que se transformam em leis, com punições civis, penais, administrativas.

É fácil entender. A vontade comanda, mas não é ela que nos conduz soberana e exclusivamente, ela tem limites, a volição e seus reflexos.

Qual a finalidade? Proteger os direitos em geral que cada um tem incorporado ao seu patrimônio pessoal, vida, integridade corporal, saúde, honra, obrigações civis devidas, contratuais em geral. Não posso fazer o que eu quero, não sou tão dono de minha vontade como penso.

Isso tem um nome, LIBERDADE COM RESPONSABILIDADE.

A ética, braço da moral, é poderoso conjunto de normas que guarda conceitos fundamentais sustentados no respeito mútuo, visando o convívio humano, sendo sua decorrência. Objetiva em princípio realizar harmonicamente pela formalidade dessas mesmas regras a plenitude desse convívio sem conflitos maiores. Sua natural e vital importância como ciência de regras é inexistir sanção, punição para sua violação, logo que no respeito puro e simples ao semelhante reside sua observância. Seria, se observada, o encontro da comunhão humana sem o sabor amargo destilado pelo homem através dos séculos. Sob essa razão, respeito mútuo, tanto quanto universalidade, reside seu poder originário, já que é filha da moral junto com o direito.

Aguardar sem avançar na preferência de quem chegou antecedentemente, por exemplo, em uma simples fila de espera, é o sinal mais simples de respeito ético, moral. Não existem previstas punições de leis para seu desrespeito, não há lei punitiva para quem não respeita a regra, mas ela deve ser acatada, observada.

Pode haver fato contrário à ética sem ser violador de lei, da regra obrigatória. Não o contrário. Se houve violação da lei, contrariou-se a ética. Esta é a razão maior daquela, sua raiz.

Ética e direito são ciências normativas nascidas da mesma origem, a MORAL que rege o convívio em grupo.

Se todos se portassem com ética não estariam nas garras das sanções das normas de direito.

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 06/09/2013
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