OS CONFLITOS.

A sociedade caminha trôpega, vacilante, sem harmonia plena, ouvida a história da humanidade, sobre os conflitos. Eles ensinam ou desensinam. Fazem a submersão dos costumes e dos hábitos que norteiam o convívio ou auxiliam sua melhora. É bem verdade que a primeira proposição vence a segunda, é o que demonstra o cadinho histórico onde misturam-se incontáveis fatos e atos humanos na ampulheta do tempo.

Falei recentemente sobre o prefixo “com” e seus desdobramentos. Ele é pai semântico dos conflitos nascidos do convívio, mas o prefixo não traduz e induz somente com-plicação, con-fusão, mas também com-preensão. É este o sentido maior do convívio, compreender para melhor conviver. A compreensão pode afastar o conflito, ainda que seja pelo ato de se afastar sem confrontar, contradizer, contraditar, e os muitos “cons” aliados à compreensão.

Inexistindo agravo que configura até conceitualmente no penalismo “injúria real”, não há razão para enfrentamento, basta silenciar a uma falta de respeito que não configura delito contra a honra pessoal.

Valeria um enfrentamento, mesmo uma retorsão autorizada até em lei, mas que nada irá trazer de enriquecimento positivo, senão uma mera disputa. Para provar o quê?

É assim na vida em tudo, por trás dos gestos, a disputa. Sejam quais forem decorrem de pessoalidades, mas cada um tem a sua, e que uma respeite a outra, nada mais. Ordenamento difícil, mas sempre é bom tentar.

É difícil estar longe da lógica e dos sentidos, leia-se, da inteligência. Ir além da inteligência, nas asas da vontade, sempre é desastroso. Pensar é o fator que nos difere de tudo que vive, e cada um pensa de uma forma.

As muitas e tantas possibilidades de figuração levam a vários caminhos. Não estou nem pretenderia um absurdo desses, cultor que sou das liberdades, doutrinando interferir em qualquer opinião (e ressalto que quase ninguém opina sobre minhas opiniões), todas respeitáveis, só expondo o que ocorre e é visível em tudo na vida. Como por exemplo, ser ateu, gnóstico ou agnóstico são posições respeitáveis, mas que nada provam. E ninguém é insano, beato, infantil, sacralizado, opinioso, por caminhar em qualquer direção. A liberdade responsável que respeita, é o maior bem. É assim em incontáveis fatos e atos humanos na ampulheta do tempo. O império da compreensão devia prevalecer, mas é império que poucos frequentam.

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 05/09/2013
Reeditado em 05/09/2013
Código do texto: T4468226
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