RECOMEÇAR (Uma crônica que mudará sua forma de ver a vida)

Recomeçar não é uma tarefa fácil, até porque seu significado sugere que algo não saiu do jeito que pensávamos.

Perdas, sonhos frustrados, projetos não realizados, a repentina partida de um ente querido. Quanta desilusão!

As lágrimas se tornam companheiras inseparáveis e a dor, um desafeto cruel que se entranhou no mais profundo do ser.

Viver é apenas um mero e banal detalhe, não tem sentido algum.

Sentimo-nos solitários em meio à multidão, frágeis ante tal circunstância e, atordoados, sem visão e perspectiva de futuro.

Castrados no sentimento e na autoestima, com mil questionamentos inquietantes e aterradores, afundados no pântano da decepção e presos no calabouço de conflitos internos, numa luta acirrada e desigual contra nós mesmos, alcançamos enfim o apogeu de nossa limitação e fragilidade.

Nas vielas de nossa mente, procuramos respostas, mas elas se negam terminantemente a nos atender.

Diante das intempéries da vida, massacrados paulatinamente por lembranças fantasmagóricas que um dia foram a razão do nosso existir, somos, aos poucos, asfixiados pelo desejo de morrer, então apresamos qualquer indício de reação, pois nos convencemos de que não vale a pena viver. Mas de repente, quando tudo parece perdido e nossa estrada se encaminha para o precipício existencial, eis que surge uma luz no fim do túnel. Então entra em cena o maior espetáculo do universo: a vida, em sua monumental e dantesca luta pela sobrevivência, pelo direito de não se esvair e desaparecer à deriva do caos.

Alijado em nosso poder de reação, eis que surge nas entranhas de nossa psique uma injeção de ânimo que nos faz desejar prosseguir, lutar, recomeçar.

A visão, outrora ofuscada pelos pensamentos atormentadores, agora enxerga um mundo de possibilidades. Viver é o que importa e, se o fazemos, que façamos com paixão, cientes de que a vida é um eterno oscilar, repleto de verões e invernos, que cabe a nós, seus orquestradores nos adaptarmos às suas variadas fases.

No verão, aproveitemos seu escaldante calor e vibremos com o êxtase de sua intensidade. No inverno, coloquemos um providencial agasalho e desfrutemos de seu encanto.

A vida é mesmo assim, não se deve pular etapas, a não ser que elas já estejam concluídas.

Cada momento é único e todos eles, até os mais dolorosos e, aparentemente vis e desumanos, são necessários para a construção de nossa estrada.

É preciso ser forte e, muitas vezes, após uma etapa de choro, engolir as lágrimas, respirar fundo, levantar a cabeça, seguir em frente e recomeçar...

NOTA: adicione-me como amigo no face book: rogerioescritordaliberdade@hotmail.com

sua amizade me será de grande valia.

Fique bem e seja muito feliz. Um forte abraço deste amigo poeta.

ROGÉRIO RAMOS
Enviado por ROGÉRIO RAMOS em 05/09/2013
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