VOCÊ PERDEU UMA PASTA COM R$ 40.000,00?
Se uma pessoa honesta estivesse com fome e passasse por um restaurante onde visse um frango assado ao alcance da sua mão, ele pegaria e fugiria? Resposta: Claro que não, pois é uma pessoa honesta.
E se uma pessoa com desvio de conduta, tipo político, passasse pela mesma situação, que reação ele teria? Resposta: Furtaria tranquilamente, ou melhor, desviaria, pois político não furta, desvia.
Pois é! Alguma coisa está no ar e não cheira bem.
Imaginem que uma pasta contendo R$ 40.000,00, isso mesmo quarenta mil reais, foi encontrada em uma sala do TRT; em Brasília.
Consta no registro que, por volta do meio-dia, os servidores da seção avistaram uma pasta de notebook, marca HP, sobre uma cadeira próxima ao banheiro. A pasta foi aberta na tentativa de identificar o dono e, dentro dela, foi encontrado um envelope pardo, aberto, sem qualquer inscrição, no qual havia quatro maços de notas de R$ 100, totalizando 40 mil reais.
Tentou-se descobrir a origem da pasta, por meio das imagens gravadas pela câmera de segurança do Tribunal; da análise desse período, nada foi constatado que pudesse dar pistas sobre a origem das notas.
O caso foi levado à PF que, após diligências, concluiu que não havia elementos suficientes para investigação em inquérito policial.
Em seu relatório, o vice-presidente propôs a reversão do valor encontrado à União, mediante guia de depósito DARF, pelo código "outras receitas".
Engraçado é que não se vislumbrou a possibilidade de verificar se havia impressão digital na pasta e assim confrontar com as dos políticos e funcionários da repartição. Certamente seria o meio mais fácil de localizar o proprietário da aludida pasta. Por qual motivo não se realizou tal procedimento? Jamais saberás!
O que causa espanto é que não conheço e creio também que ninguém conheça, nos alfarrábios de Brasília algum político que tenha esquecido ou perdido alguma pasta com dinheiro. Eles podem perder a mãe, a mulher, os filhos, qualquer coisa, mais dinheiro? Desconheço; daí o meu espanto. Como eles resistiram a “desviar” a recheada pasta? Será que na reunião nenhum deles precisou ir ao banheiro? Ninguém sabe ninguém viu?
Tal procedimento não condiz com a conduta desses laboriosos servidores da pátria. Coisas de Brasília!