A Doença de AMAR DEMAIS.
Por Carlos Sena

 
Há pessoas que amam demais. Amar demais é péssimo, porque quando alguém ama demais está se amando de menos. Amar demais é doença, porque no amor se escondem muitas armadilhas em seu nome. Por ser etéreo, por ser invisível, por ser apenas do SENTIR ninguém passa para os outros sua formula de amar. Porque cada um tem dentro de si um ideal de amar e de amor. Porque amar e amor, muitas vezes são conflitantes nos seus contextos. Algo como: a gente pensa que ama e está apenas apaixonado; pensa que está apaixonado e está apenas projetando um momento de dificuldade interior; pensa que está se entregando a um grande amor e está se entregando a um grande imbróglio; pensa que o amor é o que lhe faltava na vida e, de fato, ele é tudo que lhe sobra. Mas, porque o amor é em si essa coisa que não se passa a outrem; que não se compra nos supermercados; que não se transfere no rol das experiências  e que, a cima de tudo, não se subordina a carências, faz dele um sentimento difícil de ser decodificado. Por isto, ter cuidado para não entrar na “doença” do amar demais é imperioso. Como disse, quem ama de mais, se ama de menos. O amor tem que ser na medida certa de cada pessoa. Acho que há como saber que não se ama demais. Simples: quando a gente coloca alguém na nossa vida como SUPLEMENTO, não como COMPLEMENTO. Se alguém quiser saber se está numa relação na base do AMAR DEMAIS basta fazer um simples teste: procure ver, no seu dia-a-dia, o que você pode fazer sozinho ou sozinha. Se você, só na forma de pensar fazer as coisas sem o seu “amor”, sentir aquela “dorzinha” por dentro, você está “doente” de AMOR DEMAIS. Se você sentir que tudo que você faz é bom, mas fica melhor com o seu parceiro, então você ama na medida certa, ou seja, tem na sua vida um amor como SUPLEMENTO. Há relatos de mulheres que AMARAM DEMAIS num livro com esse mesmo título. Nele, a médica psiquiatra americana, relata inúmeras histórias de sofrimento de mulheres que só tiveram um mal na vida: AMAREM DEMAIS OS SEUS MARIDOS. Quando a relação terminava (tudo na vida começa e termina) elas se desesperavam e, não raro, tentavam suicídio. No final do “tratamento” aquelas mulheres, recuperadas, verbalizavam que, de fato, AMAR DEMAIS foi seus grandes erros. É isso. Sabemos que todos queremos nos entregar a um grande amor. O problema é que UM GRANDE amor não tem rótulo, nem nunca se sabe a sua dimensão em nossa vida. Mas, cuidado e canja de galinha e amor próprio, nunca serão demais. Amar demais? Só o nosso por nós mesmos!