NAS ESQUINAS DO TEMPO.

O tempo não pára, aconteça o que acontecer segue seu rumo, indiferente!

Nascer e morrer são fenômenos que com o tempo aprende-se com eles a conviver. Embora, ambos suscitem sentimentos, em muita gente, de teor não equivalente. Mas, em fim, constituem-se em parte do espetáculo encenado no tablado do tempo equilibrando o cenário, desde as coxias a platéia.

No encadeamento de anos, dias, horas, momentos que envolvem os homens e lhes dá a noção de presente, passado e futuro é onde se desenrolam, irreversivelmente suas existências e suas mutações. Os acontecimentos e os fenômenos em suas sucessões compõem-se nos compassos, que garantem a representação da vida em suas diversas modalidades.

Sem interromper-se o tempo vai se realizando, extraordinariamente, ora retilíneo, ora fazendo que se siga por atalhos, contudo sem deter-se; amoldando-se abundantemente. E nalgumas esquinas do tempo dão-se os encontros aprestos do enredo chamado destino. Onde, nesta composição cada Homem é protagonista, e, num paradoxo, é ao mesmo tempo coadjuvante; ainda que sua individualidade lhe garanta o caráter de exclusivo. Entretanto, a peça para desenvolver-se e relevar cada ator, esse, necessita interagir. Propiciando dessa maneira o encadeamento da idéia.

Neste panorama decorre, então, a ação – onde muitas vezes o drama leva o cômico a misturar-se com o trágico, numa serie de acontecimentos, sinistros ou patéticos. Cabendo a cada Agente por exclusividade um script.

E incontestavelmente, a Vida é o que capacita a existência e originalidade da obra Tempo, todavia, a faculdade de cada um se decidir ou agir segundo a própria determinação modifica-a, sem, no entanto, diminuir a sua grandeza visto que o tempo não pára e seu elenco, quando muito, demora-se de forma individual o mesmo coletiva, no papel que lhe parece mais conveniente e aprazível, sem jamais retroagir. Destacando-se aqui e acolá as estrelas que impulsionam, num todo, o aprimoramento do Plano.