Sacola plástica

Hoje pela manhã quase atropelei uma sacola plástica que voava pela rodovia. Era bonito o seu dançar tão agressivo à natureza. Era belo seu balançar plástico e superficial.

Hoje pela manhã quase atropelei uma sacola plástica que fazia poesia dançante pela rodovia. Será esse o olhar de um poeta da atualidade? Há que se ver beleza na poluição, no superficial e no agressivo?

Talvez não fosse a beleza da sacola plástica dançante que tenha me tocado, mas sua solidão, seu balançar bonito carregado de tristeza.

Era uma sacola de plástico sendo observada por olhos de carne humana. Eram olhos de carne humana sendo levados a refletir sobre uma sacola de plástico.

Não sou poeta, mas me enchi de poesia com o dançar leve da sacola de plástico.

Ela vai ferir a natureza - fiquei a pensar nisso.

Juliana Lima de Souza
Enviado por Juliana Lima de Souza em 02/09/2013
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