Renovando a carteira de motorista
Fui a São Paulo renovar minha carteira de motorista. Embora nela esteja escrito “Carteira Nacional de Habilitação”, para fazer isso aqui onde moro eu precisava pedir transferência, pagar uma taxa e esperar não sei quanto tempo... porque foi lá em Sampa, no século passado, que ‘tirei a carta’. Decidi, então, utilizar os serviços da mesma auto-escola que sempre me atendeu. Desta vez, depois do exame de vista, embarquei num micro-ônibus junto com alguns jovens para registrar nossas digitais no Detran. Durante o trajeto a conversa foi animada. Um deles, olhando meus cabelos grisalhos, perguntou-me espantado se eu ainda dirigia... E todos ficaram muito mais espantados quando eu contei como era o exame naquela época em que eles nem tinham nascido.
Naquele tempo os carros não tinham obrigatoriamente espelho retrovisor nas laterais nem pisca-pisca. Para ultrapassar ou fazer manobras tínhamos que virar o pescoço para enxergar se não vinha ninguém. Ao sair devíamos esticar o braço para fora da janela. O mesmo gesto tinha que ser feito todas as vezes que pretendêssemos virar à esquerda numa esquina. E se fosse para a direita, o braço devia dobrar sobre o capô, com o indicador apontado! Na hora de estacionar, depois das contorções com o pescoço, novamente o braço entrava em ação, desta vez com a mão voltada para o chão. No dia do exame, além das dificílimas provas de ladeira e baliza, nenhum desses gestos podia ser esquecido. Dava reprovação!
E para completar, o exame era feito num fusquinha mambembe que ainda nem sonhava com direção hidráulica, muito menos elétrica... Às vezes até batia os pinos na subida...
Fui a São Paulo renovar minha carteira de motorista. Embora nela esteja escrito “Carteira Nacional de Habilitação”, para fazer isso aqui onde moro eu precisava pedir transferência, pagar uma taxa e esperar não sei quanto tempo... porque foi lá em Sampa, no século passado, que ‘tirei a carta’. Decidi, então, utilizar os serviços da mesma auto-escola que sempre me atendeu. Desta vez, depois do exame de vista, embarquei num micro-ônibus junto com alguns jovens para registrar nossas digitais no Detran. Durante o trajeto a conversa foi animada. Um deles, olhando meus cabelos grisalhos, perguntou-me espantado se eu ainda dirigia... E todos ficaram muito mais espantados quando eu contei como era o exame naquela época em que eles nem tinham nascido.
Naquele tempo os carros não tinham obrigatoriamente espelho retrovisor nas laterais nem pisca-pisca. Para ultrapassar ou fazer manobras tínhamos que virar o pescoço para enxergar se não vinha ninguém. Ao sair devíamos esticar o braço para fora da janela. O mesmo gesto tinha que ser feito todas as vezes que pretendêssemos virar à esquerda numa esquina. E se fosse para a direita, o braço devia dobrar sobre o capô, com o indicador apontado! Na hora de estacionar, depois das contorções com o pescoço, novamente o braço entrava em ação, desta vez com a mão voltada para o chão. No dia do exame, além das dificílimas provas de ladeira e baliza, nenhum desses gestos podia ser esquecido. Dava reprovação!
E para completar, o exame era feito num fusquinha mambembe que ainda nem sonhava com direção hidráulica, muito menos elétrica... Às vezes até batia os pinos na subida...