Éramos Sete

Éramos sete. Aos poucos cada um foi seguindo seu caminho, criando seu próprio espaço, construindo seu próprio ninho. A casa foi se esvaziando e o coração tentando aprender a conviver com a saudade. A vida foi se reorganizando, a rotina, tot
almente alterada pelas ausências, foi se recompondo. Tive que aprender a conviver com o vazio das camas, das cadeiras, do sofá em frente a televisão. 

Um dia você retornou ao ninho e deixou tudo mais alegre. Transformou-se em meu companheiro de todas as atividades. Preenchia uma parte da grande lacuna deixada pela saída de seus irmãos.

Mas (há sempre um mas), você está, mais uma vez, de malas prontas para viajar. Vai em busca de seus sonhos. Sei que não será fácil adaptar-me, mais uma vez, a casa vazia. 

 
 
Já sinto os sintomas da "síndrome do ninho vazio". Quem me chamará de mama pela manhã? Quem me levará às missas ao domingo? Quem me acompanhará ao supermercado? Quem dividirá comigo o chocolate, o refrigerante, o sanduíche, o bolo? Quem implicará com "meus dramas"?

Como sentirei sua falta meu filho! Não posso impedi-lo de ir, mas não consigo frear essa dor que cresce com a proximidade da hora de sua viagem. Sei que Deus tomará conta de você (MUITO melhor que eu), mas como impedir que essas lágrimas de saudade caiam em cascata pelo meu rosto?

 
Ângela M Rodrigues O P Gurgel
Enviado por Ângela M Rodrigues O P Gurgel em 01/09/2013
Código do texto: T4462174
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