A porta fechada
Conta-se que Dr. Fritz Kaufmann, um dos mais notáveis médicos alemães, reconhecido em toda a Europa, foi convidado pela Sociedade Médica Americana para tomar parte de um Seminário, em Nova York. Quando a imprensa anunciou a sua presença nos Estados Unidos houve grande repercussão. Logo, a Associação Médica de Chicago o convidou para realizar algumas cirurgias de alto risco em doentes desenganados.
Em Chicago, morava Dona Charlot que sofria de uma enfermidade, cujos recursos já se haviam esgotado. Sua única esperança seria o Dr. Kaufmann. Ela encheu-se de alegria e planejou um meio de encontrar-se com ele. Só pensava nisso, noite e dia.
Dr. Kaufmann chegou, finalmente, a Chicago e, apesar de seu intenso programa na agenda, após o almoço, deixava o Hotel para fazer uma caminhada. Numa dessas saídas, enquanto andava, foi surpreendido por uma forte chuva. Todo molhado, procurou abrigo sob a marquise de uma casa, cuja dona, percebendo a presença de alguém batendo na sua porta não deu a mínima atenção e ainda foi mal educada.
No dia seguinte os jornais de Chicago deram a seguinte nota: "Esteve em Chicago o famoso médico alemão, Dr. Kaufmann que, ontem, enquanto fazia seu cooper, após o almoço, foi surpreendido por uma forte chuva. Todo molhado abrigou-se na marquise de uma casa, cuja dona não lhe deu atenção e ainda bateu-lhe a porta. O famoso cientista acaba de voltar para Alemanha".
Quando Dona Charlot leu a notícia, quase teve um colapso, em pranto confessou: "O famoso médico esteve na minha porta e eu não o reconheci, deixando-o do lado de fora. Agora tudo está perdido".
Para refletir:
O Brasil tem a maior taxa de “abandono” escolar do ensino médio dentre Argentina, Chile, Paraguai, Uruguai e Venezuela: 10%. Ou seja, 1 em cada 10 jovens abandonam a escola nesta etapa, segundo a Síntese de Indicadores Sociais, do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
O Brasil bate um recorde mundial de “evasão” escolar e a gente sabe que o nome disto é porta fechada.
A missão do educador é também ajudar a abrir portas. Muito cuidado! Analise sempre as batidas e os sinais daquele que suplica para alguém lhe abrir a porta da oportunidade, mas foi empurrado para fora. Trabalhe para trazer de volta os que “desistiram” de implorar respeito. Abra a porta, educador!