RASTROS DE LAMBARI..

 
                    Existem fatos em nossa cidade que, embora de aparência simples, devem ser comentados para que não se percam no rastro da carruagem do tempo.
         Guru, (poeta Marco Aurélio Bacha) sempre sentado num banco de madeira baixo e com as costas na parede de uma loja, passa a impressão de que está de cócoras, olhando o horizonte além do Banco do Brasil a sua frente; um olhar perdido para não ver a indiferença do lambariense aos livros. Autor de três livros que tive a oportunidade de ler e a partir deles conhecer melhor cada canto de nossa cidade amada — “cidade amada” soou aqui um pouco acanhada! Há nos ares de Lambari um temor em dizer abertamente que amamos a mais bela estrela do Sul de Minas.
              Voltando, o Guru é, entre nós, um Dom Quixote dos tempos modernos lutando contra os moinhos que sopram e varrem das cabeças das pessoas, algumas inteligentes, o prazer pela leitura... Seduzidos pela comodidade do vendaval de frases curtas e fora de contexto das redes sociais ignoram que os livros são os únicos degraus da escada para se chegar ao saber... Entretanto, o Guru acredita que essa escuridão intelectual um dia, como tudo na vida, haverá de passar — ninguém deseja viver nas trevas por muito tempo, por isso insiste e resiste heroicamente com a sua banca iluminada pelas espadas afiadas de grandes autores.
(Jorge Lemos)
Silva Lemos
Enviado por Silva Lemos em 30/08/2013
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