O VELHO E A CRIANÇA.
O velho se olha no espelho e vê a criança. Por quê? Por serem duas encarnações de bondade, uma por inocência, outra por maturidade. Não se encontra o tempo que ficou nem o que surge e acontece na superveniência, não há paralelo, há exclusivamente linearidade do coração, não assoma uma distância que se apaga, pois o tempo, embora implacável, diante do bem só existe para si mesmo, como história.
E por isso estão sempre juntos, o velho e a criança que são só sorrisos e felicidade, como um fio frágil se fortalecem pelo imenso amor existente, são indivisos, como os dois maiores personagens da corrente humana, livres das paixões fugidias e da sordidez que assedia e intimida os suscetíveis da desordem da alma, e assim resultam mais puros porque verdadeiros, límpidos como água clara da fonte que não cessa, jorra verdade e sinceridade, serpenteando pelas montanhas onde canta o vento a sabedoria de amar, nada têm a esconder, nem se abrigam no egoísmo.
São as maiores forças da natureza nesse caminhar de mãos dadas, vivendo o mais grandioso amor, incondicional, unidade de consciência interior. Espelhos de imagem única.