A dor da luta.
Sebastião foi para a casa. Arrastando-se, subiu à sala; e atirando o chapéu surrado para o sofá, desatou a chorar. Viu sua amada ali, junto ao antigo berço do filho e de um velho álbum familiar; olhava-o apreensiva e desesperançosa, e lágrimas lhe salgaram o rosto quando os olhos tristes de Sebastião encontraram os dela. Sofreram juntos nas mãos daquele silêncio assassino. Há muito aquela pobre mãe, que um dia fora pobre filha a ver seu pai rumar à defesa da nação, dando-a sua vida bolchevique, sabia qual era a notícia vinda da embaixada. As palavras desnecessárias saíram da boca de um homem que já vivera isso antes, e que mais uma vez estava para vivenciar, o maior medo tirando-lhe tudo o que ama. Abraçou-a e lamentaram a Deus quando o ex-fuzileiro, Sebastião, trouxera-lhe a notícia de que seu único filho, sua única criança, sua vida, a esperança que ainda tinha de dias melhores, partira para uma guerra perdida.