Os hóspedes.

Volta e meia aqui no portão da chácara aparece um pedinte.
Outro dia apareceu um, imundo, magro, ou melhor esquelético!Dava para ver todos seus ossos,o olhar de fome me cortou o coração.
Não abri o portão,mas corri para cozinha, e  lhe servi um bom prato de comida e leite.
Ele devorou tudo em alguns segundos.
Com pena passei as mãos em sua cabeça suja de terra.Ele me olhou agradecido e calado foi embora.

Agora todos os dias as onze da manha, e as seis da tarde, ele senta ou se deita na sombra do portão e fica me esperando para lhe dar comida, sempre ofereço uma refeição  gostosa, apesar  que ele não é exigente,pode ser até pão velho que come e acha bom...
Comprei  uma vitamina,lhe expliquei que era um remédio para que ficasse mais forte,  lhe dou um comprimido uma vez ao dia,parece que está fazendo efeito.

Vive imundo.
Banho?Nem pensar...

Sei muito bem que agora é tarde para lhe negar qualquer coisa, ele já está mal acostumado.
É o meu mais novo hóspede. Aparece com hora marcada,posso arrumar o horário do relógio por ele,não erra nunca.
Acho que  andou conversando  com meu outro hóspede,um  mais antigo, que eu daria comida se ele ficasse parado no meu portão.
Acertou em cheio!

O mais velho se chama Susse (sossegado!) e ao mais novo dei o nome de Amorzinho.
As vezes eles comem no mesmo horário, lambem minha mão e saem abanando o rabinho todo feliz.Os meus três “grandões” e as outras duas menores, não fazem questão de dividirem a comida com eles , desde que não atravessem o portão...
Como são espertos esses cachorros, espero que não contem para os amigos que aqui tem um restaurante, e se quiserem ganhar comida de graça é só se sentarem em frente ao portão...
 
M.H.P.M.
Obs.Foto da autora.
Helena Terrivel
Enviado por Helena Terrivel em 28/08/2013
Código do texto: T4455809
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