O SOL NÃO VAI ACREDITAR
Acordei cedo, com esse desejo obsessivo de vencer a preguiça e fazer algum exercício. Luto contra a cama, com seu canto de sereia, tentando me seduzir; mato o sono e enterro a vontade de ficar deitado “só mais 05 minutos”. Estou lúcido, sem sono e visto o meu uniforme: moletom, tênis e coragem.
Sinto que agora estou pronto para a vida.
Nos últimos tempos, tenho me arrastado. Vivo cansado, não tenho forças para escadas. Na última vez que corri para pegar o ônibus que já saia do ponto, quase tiveram que chamar os paramédicos.
Enfim, a vida anda tentando estabelecer contato comigo. Esperta, ela usa todo tipo de médiuns: jornais, revistas, médicos, amigos e avisos por todos os lados, que dizem sempre a mesma coisa – Faça Esportes!
O elevador chega ao térreo. Faço um alongamento, enquanto percebo que o sol ainda não apareceu para trabalhar. Só quero ver a cara dele quando me ver correndo... nem eu mesmo acredito que estou fazendo isso.