A Alice e antimatéria


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Esses cientistas, que vêm com estranhas histórias sobre a vida, dando explicações absurdas sobre os fatos, sobre as coisas, o que eles pensam que são? Uma folha é uma folha, uma gota de água é uma gota de água, o ar é o ar. Ou não? Por que eles vêm explicar que tudo são minúsculas partículas vibrando, vibrando? Em coordenação? Que depois elas se juntam, doidas, formando coisas maiores, que nem sequer vibram mais. Formam coisas que fazem sentido, que fazem outras coisas, que chegam a falar, a pensar, e até a criar. Como chegaram a tão grande absurdo? Falam de coisas contraditórias, matéria e antimatéria, neutrinos, buracos negros sugando tudo que está ao redor. De onde surgiram esses astrônomos, todos loucos, espiando a imensidão do céu, desvendando segredos que não existem? Falando de planetas escondidos, dizendo como eles giram, se podem ter vida como a nossa. O que eles pensam que são? Falam com tanta certeza, coisas tão sem sentido, que chegamos a acreditar. Alguns chegam a falar de Deus, como pode tal insensatez?

Pois bem, meu caro, amigo, fique preparado, pois tenho uma novidade. Eles estão com a razão, com a verdade. Eles realmente sabem muita coisa. E, depois de um acerto para lá e outro para cá, vão dar a definição. Vão dizer tudo deste mundo, deste Universo.  E vai ser louca a explicação, pois louca é a realidade, louca é a vida. Nós é  que criamos um conto de fadas, todo certinho, para podermos nele nos acomodar. Mas o verdadeiro Universo, nada mais é que uma doideira total, uma “Alice no País das Maravilhas”. Depois de tudo explicado, outro Universo, muito mais complicado, vai aparecer. O país da Alice, então, vai parecer a coisa mais lógica do mundo. Nós, entretanto, não vamos estar aqui para ver.
 

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