Fish

Quando o meu filho Caio se casou deixou o Fish sob meus cuidados. Não gosto desse tipo de compromissos, mas assumi com resignação a custodia do pequeno "beta". Busquei informações e assim comecei a pegar gosto pelo danadinho. Cheguei mesmo a conversar com ele; criei uma linguagem especial para nosso relacionamento. Quando eu ficava na frente dele era para ele apenas me encarar de frente. E isso ele aprendeu. Quando eu sacolejava o pote de ração nas proximidades do aquário, ele já sabia que era a refeição principal (duas ou tres bolinhas de ração). Algumas batidelas na parede oposta do aquário era o lanche: uma bolinha. Nossa comunicação não evoluiu muito, eu sei, mas mesmo assim atingiu um nível bastante interessante. Por algumas vezes o Fish ficou muito triste e ficou bem no fundo do aquário, imóvel, até que fosse perturbado. Outras vezes, por excesso de comida, ficava meio de lado por algumas horas. Mas tudo não passava de um dia ou dois, no máximo. Pois bem nesse final de semana fish afundou no aquário e, no início submergia só pra respirar e rapidamente, voltando depois para o fundo. Busquei orientações na internet, vi um monte de informações, muito delas, contraditórias e algumas sem sentido. Mas a que me deixou mais triste foi sobre a breve longevidade (ou seria "brevidade") desses peixes, pois a partir dela fiz os cálculos da idade do peixinho e descobri que ele estava morrendo. Eu não podia fazer nada, a não ser esperar...

Ontem "sepultamos" o fishi, já com cheiro de decomposição...

Não quero mais me envolver com animais de estimação! Eles têm vida muito curta e costumam "ir" nos momentos que estamos totalmente envolvidos, nos deixando marcas profundas.