UM MARCO INESQUECÍVEL

O mês de agosto é pródigo e marcante para mim, já disse. Nele eu nasci, comemoramos nele o dia dos pais, ao apagar das suas luzes eu ingressei (25/8/2009) no “Recanto das Letras” e postei meus três primeiros textos e hoje, 27/8/2013, eu comemoro 51 anos em que, pela primeira vez, desembarquei na velha e boa São Paulo, a terra da garoa, descendo de um “Viscount”, uma aeronave moderna na época, no Aeroporto de Congonhas, para uma temporada de trabalho que mudou radicalmente a minha vida. Era manhã do dia 27/08/1962 e eu tinha apenas 23 anos, jovem ainda, mas muito responsável.

Desci do avião maravilhado, pois até ali só tinha viajado de teco-teco, entre Belo Horizonte e Ipatinga (Usiminas). No aeroporto peguei um táxi para o centro de Sampa, que me deixou na Rua Marconi, entre as ruas Sete de Abril e a Barão de Itapetininga. Desci com aquela mala enorme, de fibra marron, com minhas roupas e pertences, peguei o elevador e apresentei-me ao Dr. Clovis Maia nos escritórios da “Estacas Franki Ltda”, onde fui apresentado aos colegas de trabalho e assumi a função de “Comprador” daquela empresa.

De lá para cá minha vida transformou-se velozmente, cresci profissionalmente, estava noivo, casei-me com a Maria Mari, tivemos três belos filhos (Cássio, Ana Claudia e Daniel) e viajamos por quase todos os quadrantes deste brasilzão. Eu era transferido, sempre ia na frente, pegava um hotel, alugava casa ou apartamento e logo depois chegavam a mulher e os filhos, que eram matriculados nos melhores colégios. Minha mulher, guerreira, zelosa, dava cobertura na retaguarda, no lar e na criação dos filhos e sempre me apoiava. As crianças assimilavam as mudanças e jamais perderam um ano de estudo sequer. Estavam tão acostumados às viagens que às vezes, depois de três ou quatro anos num lugar, indagavam da gente:-

“-Papai, mamãe, quando é que a gente vai se mudar de novo?...” – como diz a Ana Claudia, minha “Princesa”, a filha do meio, essas viagens nos deram muita flexibilidade e um jogo de cintura incrível. Por isso sempre soubemos entrar e sair com elegância de qualquer ambiente, adquirindo uma cultura que não tem preço. É a escola da vida.

Deito hoje, pois, um olhar sereno àquela manhã do dia 27/08/1962, quando desci no Aeroporto de Congonhas, São Paulo e agradeço a Deus pelas bênçãos e por tudo o que me proporcionou e à minha família. Como ser humano, devo ter tido também os meus erros, mas acredito que os acertos foram muito mais significativos.

-o-o-o-o-o-

B.Hte., 27/08/2013

RobertoRego
Enviado por RobertoRego em 27/08/2013
Reeditado em 05/08/2014
Código do texto: T4454737
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2013. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.