Na semana passada passei uma semana em São Paulo, a serviço. Quando voltei, tive uma surpresa. Meu marido havia me comprado um presente. Pelo telefone ele me disse que tinha uma surpresa para mim. Fiquei excitada com a notícia. O que teria ele comprado ou preparado para mim? Ele tem um gosto bem diferente do meu, mas por obra do Divino, poderia ser uma surpresa boa. Uma TV de cinquenta polegadas, um sinteko novo para a sala, um vaso de flores bem grande, como eu sempre sonhei, ou teria preparado um jantar romântico? Minha imaginação voava na expectativa de uma surpresa maravilhosa. Cheguei à noite. A casa estava vazia. Abri a porta e tropecei numa coisa dura que me fez dar com a cara no chão e soltar a mala que, com suas rodinhas poderosas, saiu correndo e foi estacionar na parede. Acendi a luz e só então, vi o presente que ele me havia comprado: uma tartaruga. O animal, talvez indignado com a minha recepção, resolveu me seguir por toda parte. Entrei no quarto e lá veio ela atrás de mim, sentei-me na cama e ela estacionou aos meus pés. Resolvi tomar banho no banheiro da sauna, bem longe da casa, para ver se me livrava dela. Alguns minutos se passaram e escuto umas batidas na porta. Era ela, com aquela cabeça pra fora do casco, batendo na porta. Confesso que fiquei impressionada com aquele animal a me seguir. Seria ela o resultado de um cruzamento genético entre uma tartaruga macho e uma cadela? Sim, porque só os cachorros seguem os donos dessa forma. Sei até de um que ficou deitado, ao lado da sepultura de seu dono, até morrer de fome. O comportamento da tartaruga era canino. Ela só faltava latir, mas isso não ia demorar muito, estou certa. Às 8 horas meu marido chegou, achando que eu ia estar feliz com o presente. Olhei-o bem nos olhos e disse: ou ela ou eu! Pior do que isso foi a vizinha, no dia seguinte, me encontrar no elevador e dizer: vejo que a briga ontem foi feia. Eu a ouvi dar uma decisão no seu marido. Estou curiosa para saber se ele escolheu a senhora ou a amante. - Amaaaaaaante? Que amante?
- Ah, minha filha, quando a gente ouve “ou ela ou eu” é porque tem outra na parada.
- Ah, minha filha, quando a gente ouve “ou ela ou eu” é porque tem outra na parada.