Eu. Um poeta?
Numa dessas tardes ensolaradas da semana passada, ardente como se no verão estivéssemos, encontrei com um conhecido no centro da cidade onde moro, por coincidência, assíduo leitor de minha coluna, publicada quinzenalmente no jornal Folha Democrática, do município de Paty do Alferes.
_ Olá Demarcy, como vai passando? Bem?
_Oi! Jorge, obrigado por sua atenção. Vou bem, graças a Deus!
_ Demarcy, responda, por favor, dirimindo uma dúvida.
_Pois não, Jorge, fique à vontade.È só perguntar.
_Depois que você passou a fazer parte da Academia de Letras de Paty do Alferes, tem escrito muitas poesias?
_Sinto muito Jorge, mas vou decepcioná-lo. Eu não redigi nenhuma poesia até agora, pelo simples fato de não ser um poeta, apesar de possuir nas veias o sangue de poetas.
_Como? Demarcy! Você não é um poeta, se participa de Festivais de Poesias, representando a Academia!
Então, com tranqüilidade, eu respondi:
_Jorge, vou lhe explicar. Realmente eu represento a Academia em todos os eventos, porque sou o secretário e como diz o presidente, também o seu assessor. Somente leio minhas crônicas e artigos quando se trata de um acontecimento literário e não especificamente poético.
_É Demarcy. Pensei que fosse um poeta. Pela sua postura, pareceu-me. Vejo que me enganei.
_Quero que você saiba Jorge, que um poeta é permanentemente um escritor. Porém, como no meu caso, nem sempre um escritor é um poeta. Ficou claro, Jorge?
_Perfeito, Demarcy, agora compreendo a diferença. O poeta geralmente utiliza a rima. Pelo menos é o que observo.
_A maior preocupação de um escritor, Jorge, está na composição dos textos e como não poderia ser diferente, ainda com o correto emprego da nossa gramática.
A propósito, Jorge. No período de 26 a 29 do mês em curso, será realizado, em comemoração ao primeiro aniversário de fundação da Academia de Letras de Paty do Alferes, o Encontro de Poetas da Região. Não se esqueça, caso Deus permita, estarei lá, apenas secretariando os trabalhos.Você, Jorge, é meu convidado. Até mais vê-lo.