Médicos de Cuba
Quanto a chegada dos médicos de Cuba, posso confessar que fiquei um pouco confusa no começo entre ser contra ou favor.Primeiro perguntei:
- Por que médicos de Cuba? Porque não da Suiça, Suécia, Itália, França, Japão ou Mexico?
Sem precisar se extender muito na esfera política e tentando fazer vistas grossas a teorias conspiradoras comunistas, li em algum lugar que os médicos cubanos vieram como voluntários e não pelo dinheiro que o país deles (Cuba) ofereceram para que eles trabalhem aqui no Brasil e que quando houve o terremoto no Haiti, Cuba também fez o mesmo enviando médicos.
Pra tentar me posicionar melhor, procurei pensar de modo assertivo e até um pouco solidária:Se eu fosse este profissional - médico brasileiro - com as condições precárias que eles alegam, assim como outras tantas profissões aqui no Brasil, realmente eu seria contra e protestaria para que se focasse nas melhores condições para os profissionais que já estão aqui.
De repente, alguem da minha familia ficou doente esse fim de semana.Em tres Hospitais procurados na cidade, todos eles estavam sem médicos.Só se encontrou o segurança e a moça da limpeza trabalhando dizendo que o hospital esta aguardando médicos de Cuba chegar...
- Os médicos brasileiros, cade? Perguntei.
Na recepção, só o cartaz avisando a ausencia de médicos e informando o atendimento mais próximo.Só o Hospital Universitário tinha atendimento com mais de quatro horas de espera devido a quantidade absurda de pessoas aguardando.
Sabemos que é paliativo tal recurso diante do estado crônico do qual se encontra a Saúde aqui.Mas um profissional a mais que ir for lá trabalhar, pode fazer a diferença entre a vida e morte pra alguém!Conheço gente que confia a sua saúde mais em balconista de farmácia do que em médico do SUS e ainda reforça assim:
- Ele ( ele, o tio da farmacia) dá os remédios certinhos que eu tenho que tomar.Eu tomo e melhoro sempre.Se vou num medico do SUS ele nem olha na minha cara e me receita uma dipirona e caso eu ouse perguntar o que eu tenho a resposta sempre é a mesma: " Ah, é uma virose..."
Foi aí que me posicionei.
Quando eu, ou alguem da minha familia está doente, quero ser atendida seja pelo clínico, pelo enfermeiro, pelo auxiliar, pelo balconista da farmacia seja lá quem puder ajudar de alguma forma.
Pode ser o médico da Bulgária, do Sudão, de Israel e claro, pode ser o de Cuba também.