A fragilidade humana e o soco de Deus
Ouvia ontem a música de Vinicius e Toquinho: “Sei lá a vida tem sempre razão” uma das preciosidades do companheirismo dos dois mestres. Dizem que na nossa vida sempre colocamos fundos musicais, uma forma de juntar poesia e ritmo em nossos momentos alegres ou tristes.
“...Tem dias que eu fico pensando na vida
E sinceramente não vejo saída
Como é por exemplo que dá pra entender
A gente mal nasce e começa a morrer..”
Viver sempre com intensidade ter a paixão nos olhos e no coração. Mais importante que as palavras às atitudes, as palavras sejam o norte do nosso pensamento, e no momento as ações sejam a somatória dos sentimentos.
Vivo uma fase especial, o de admitir que o meu tempo esteja chegando, como a taça de vinho tinto saboroso que você gostaria de tomar mais um pouco. E a garrafa escura é uma incógnita.
No dia dos Pais relembrei a partida do meu velho, o último dia que passamos com ele em 1958. Até hoje sinto a falta de meus pais. Algo natural, mas tão difícil de entender, mais ainda quando perdemos quem amamos, e vimos nascer. Domingo passado estive na despedida de uma quase filha, vinda de uma doença em que lutou bravamente por mais de cinco anos. Quem passou por isso sabe como dói ver essa inversão, os mais velhos verem os mais novos irem.
Nesse momento me vem à música de outros mestres Nelson Cavaquinho e Guilherme de Brito, “Quando eu me chamar saudades”. Também a poesia quem traz a explicação do insondável:
“...Mas depois que o tempo passar
Sei que ninguém vai se lembrar
Que eu fui embora
Por isso é que eu penso assim
Se alguém quiser fazer por mim
Que faça agora
Me dê as flores em vida
O carinho...”
Tivemos bons momentos com todos que se foram vívidos com intensidade, revejo hoje velhas fotos de família, um sentido de você pertencer a algo maior, uma continuidade de paixões amores de tantas pessoas que vieram antes de você e outras nascidas depois.
Creio que não entendemos o fim de nossas vidas, nem a ameaça da doença. Vi nesses muitos anos de minha vida, as pessoas se afastarem nos momentos em que estamos com a maior fragilidade física. Como se os doentes e idosos, mostram nossa fragilidade e o instante que é a vida humana.
Na segunda-feira tendo dormido pouco, ideias muitas na cabeça, o velho corpo tropeçou e cai como uma fruta passada com o rosto no chão. Com um prato na mão, e os óculos estilhaçados, muitos cortes o chão encharcado entre líquido e vidro moído, fiquei muito tempo. Coisas de estatísticas de acidentes com idosos em casa. Sequelas apenas uma cicatriz na pálpebra, e um olho roxo e infecionado.
Se o gol do Maradona teve a mão de Deus, recebi um soco. O tempo é finito, e continuar viver com paixão é necessário. Terminar o começado, começar o adiado.
Hoje domingo de sol maravilhoso, vou sair para celebrar de forma singela a partida. Um pastel de feira e caldo de cana, e muita, mas muita saudade.
Querida sobrinha-filha, descanse em paz.
Até logo, ‘te amo muito’.
Ouvia ontem a música de Vinicius e Toquinho: “Sei lá a vida tem sempre razão” uma das preciosidades do companheirismo dos dois mestres. Dizem que na nossa vida sempre colocamos fundos musicais, uma forma de juntar poesia e ritmo em nossos momentos alegres ou tristes.
“...Tem dias que eu fico pensando na vida
E sinceramente não vejo saída
Como é por exemplo que dá pra entender
A gente mal nasce e começa a morrer..”
Viver sempre com intensidade ter a paixão nos olhos e no coração. Mais importante que as palavras às atitudes, as palavras sejam o norte do nosso pensamento, e no momento as ações sejam a somatória dos sentimentos.
Vivo uma fase especial, o de admitir que o meu tempo esteja chegando, como a taça de vinho tinto saboroso que você gostaria de tomar mais um pouco. E a garrafa escura é uma incógnita.
No dia dos Pais relembrei a partida do meu velho, o último dia que passamos com ele em 1958. Até hoje sinto a falta de meus pais. Algo natural, mas tão difícil de entender, mais ainda quando perdemos quem amamos, e vimos nascer. Domingo passado estive na despedida de uma quase filha, vinda de uma doença em que lutou bravamente por mais de cinco anos. Quem passou por isso sabe como dói ver essa inversão, os mais velhos verem os mais novos irem.
Nesse momento me vem à música de outros mestres Nelson Cavaquinho e Guilherme de Brito, “Quando eu me chamar saudades”. Também a poesia quem traz a explicação do insondável:
“...Mas depois que o tempo passar
Sei que ninguém vai se lembrar
Que eu fui embora
Por isso é que eu penso assim
Se alguém quiser fazer por mim
Que faça agora
Me dê as flores em vida
O carinho...”
Tivemos bons momentos com todos que se foram vívidos com intensidade, revejo hoje velhas fotos de família, um sentido de você pertencer a algo maior, uma continuidade de paixões amores de tantas pessoas que vieram antes de você e outras nascidas depois.
Creio que não entendemos o fim de nossas vidas, nem a ameaça da doença. Vi nesses muitos anos de minha vida, as pessoas se afastarem nos momentos em que estamos com a maior fragilidade física. Como se os doentes e idosos, mostram nossa fragilidade e o instante que é a vida humana.
Na segunda-feira tendo dormido pouco, ideias muitas na cabeça, o velho corpo tropeçou e cai como uma fruta passada com o rosto no chão. Com um prato na mão, e os óculos estilhaçados, muitos cortes o chão encharcado entre líquido e vidro moído, fiquei muito tempo. Coisas de estatísticas de acidentes com idosos em casa. Sequelas apenas uma cicatriz na pálpebra, e um olho roxo e infecionado.
Se o gol do Maradona teve a mão de Deus, recebi um soco. O tempo é finito, e continuar viver com paixão é necessário. Terminar o começado, começar o adiado.
Hoje domingo de sol maravilhoso, vou sair para celebrar de forma singela a partida. Um pastel de feira e caldo de cana, e muita, mas muita saudade.
Querida sobrinha-filha, descanse em paz.
Até logo, ‘te amo muito’.