Vê um cisco lá, não vê um caminhão de lixo cá.
Afinal, qual é o papel dos telejornais que nos obrigam a assistir todas as noites? Qual o papel dos âncoras e comentaristas? Deveriam eles nos informar, ou nos doutrinar em suas convicções, como fazem muitos deles, emitindo suas opiniões de forma ostensiva, sem o menor constrangimento por estarem manipulando a informação a favor de seus interesses pessoais ou de alguma ideologia específica?
Nos últimos dias, temos convivido com a grande confusão gerada pelo Programa Mais Médicos, uma iniciativa do governo federal, que alega tentar distribuir profissionais aos recônditos mais afastados do país, onde frequentemente faltam interessados em prestar serviços médicos, seja ao governo federal, aos estaduais ou municipais.
Críticos ao programa, surgiram muitos. Aliás, o que não nos falta, são os críticos de plantão a tudo o que os governos façam.
Apareceram médicos, associações, sindicatos, jornalistas e opositores de plantão, para procurar defeitos, apontar falhas, ou malhar simplesmente. Pelas redes sociais, bem como, pela imprensa de uma forma geral, o que mais se ouve são críticas vazias ao programa. É gente da “anti-esquerda” radical, botando defeito na formação dos médicos cubanos, gente da teoria da conspiração alucinando a louca fantasia de que Lula e Dilma vão “trazer a horrenda ditadura comunista de Cuba para o Brasil” e que não poderemos com isso, comer mais de um bife por mês, pois assim o é em Cuba, onde todos são obrigados a se submeter a tal controle.
É o que repete um bando de papagaios que nunca foi lá, mas apenas ouviu histórias fantásticas, de algum missionário de capacidade avaliativa duvidosa. Gente que nem imagina que Cuba, apenas por não se coadunar com o regime capitalista, é vítima de embargos econômicos, comerciais e financeiros impostos pelos EUA desde 1960, o que destruiu completamente qualquer possibilidade de sobrevivência econômica aos insulanos cubanos, que mesmo assim, resistiram meio século.
Quisessem ou não os nossos atuais governantes, implantar uma “ditadura comunista” no Brasil, o que, obviamente não se faz assim como propagandeiam os plantadores de terror aos quatro ventos, tal fato nada teria em comum com a suposta manipulação para a importação de médicos de Cuba. Fato é, que os cubanos tem renome internacional na medicina e não são mercenários como os nossos profissionais médicos, que não aceitam ir trabalhar nos longínquos sertões do nordeste, ou nas extremamente pobres comunidades do norte do país. Vale lembrar, que houve até tentativa organizada de fraudar o processo de habilitação dos candidatos.
Que tipo de médicos, associações e sindicatos são esses, que boicotam um programa, o qual rotulam sob os mais variados estigmas, mas não apresentam uma proposta sequer em contrapartida? Pelo contrário, sem o menor constrangimento, dificultam de forma vergonhosa, a tentativa do governo de dar uma resposta a uma demanda social urgente. Que tipo de profissionais são esses, que tentam se arvorar da condição de únicos detentores do conhecimento e do poder, pelo famigerado ATO MÉDICO, intento que há muito tempo pretende destituir dezenas de outras categorias de profissionais da saúde, reconhecidamente capazes, das prerrogativas do diagnóstico e da prescrição de tratamento. Que desejam esses “semi-deuses”?
Pois o Ministério do Trabalho bolou um meio de atrair médicos, pelo bolso, já que não houvera até então, interesse profissional, ou humanitário, que fosse. Restou provado, que os médicos brasileiros não se interessaram pela proposta, diga-se de passagem, bastante interessante, já que supera as expectativas de muitos profissionais na atualidade. Um jornalista muito conhecido, formador de opinião, teve a infelicidade de dizer que tudo já estava armado para os cubanos virem e criticou o modo como o governo de Cuba vai administrar os R$10.000,00 que eles receberão.
Isso é problema deles. Se os médicos forem uteis para nós, não nos cabe querer administrar o dinheiro deles. É assim lá. Cuidemos de cá. Quem critica a administração da distribuição das coisas em Cuba deve estar muito satisfeito com a distribuição da renda no Brasil. Deve estar satisfeito com a violência que é, um trabalhador que ganha pouco mais de 2 salários mínimos aqui, ser obrigado a pagar imposto de renda, isso é claro, além das dezenas de outros impostos e tributos que o governo não abre mão de cobrar, mas não consegue, nem em sonho, prestar contas. Deve estar satisfeitíssimo com a nossa situação, ao ponto de ter tempo para criticar a forma de governo dos outros.
O tempo nos mostrará, quando esses profissionais cubanos começarem a exercer suas funções onde nenhum médico brasileiro aceitou trabalhar. São mais de 700 localidades que pediram pra ter um hipocrático compromissado, mas receberam o descaso de muitos que fizeram seus cursos de medicina gratuitamente em universidades públicas. Agora me vem esse pessoal da oposição por oposição, que não apresenta uma contraproposta sequer, querer descer a lenha nos projetos do governo?
Haja paciência!!!