“Dois sentido não assa mio !”
Acompanho com muita tristeza a discussão sobre a redução da maioridade penal. Melhor seria presenciarmos notícias de crescimento etário seguido de capacidade intelectual, criativa e investigativa, acadêmica, e não, policial.
Os jovens, com seus 14 anos acima, deveriam ter a continuidade da observância de seus pais, do aconchego familiar e acatamento amável da sociedade contemporânea ao inseri-los em seu seio.
Mas como isso acontecer, sendo que, aqueles jovens que porventura vão às aulas e tem a presença de uma pessoa – sua tutora – solicitada pela direção, seu comparecimento ao estabelecimento de ensino tem que levar o bilhete procurando por seus “responsáveis”? Por quê? Por que há mais “responsáveis” que pais. Os pais só existem, no momento para fazer o filho. Acabou a família – pai e mãe – vemos apenas responsáveis pelos jovens. E quando vemos!
Se há dificuldades de criação de filhos em uma família estruturada, pensemos então aonde não há família. A sociedade paga por uma conta que foi aberta e que não há cobranças pelos gastos realizados.
Uma coisa é certa: não podemos ficar assistindo, passivamente, a todas as atrocidades que os menores tem feito com as pessoas, seus parentes, ou desconhecidas.
Se houvesse tido a perpetuação da família, não haveria necessidade de penalidades mais severas.
Lembro-me quando meu pai, de cócoras, assando espigas de milhos espetadas em varas sobre a fogueira, proseava conosco, os filhos, e ia dizendo que na vida não podemos dar dois sentidos para a criação, não. Os filhos merecem toda a nossa atenção, senão, seria como quem ferve o leite, “quem descuida perde a fervura”ou quem faz o que fazemos agora: “dois sentido não assa o mio!”
Quem deixa o “mio” queimar, não sabe educar e a sociedade é quem irá pagar!
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Provérbios, milho assado, maior idade penal