Eis que aconteceu

Uma flecha acertou em cheio meu peito, mas não doeu. Não sei por quem foi lançada... Aos poucos me curvei ao que me atingiu. Delirando, no auge do incessante mistério, me veio uma imagem na mente de um rosto lindo, com um sorriso encantador e olhos cheios de medo e timidez. Seus longos cabelos, brilhavam avermelhados, não sei se era a cor deles ou o se era o reflexo do sangue que escorria do meu peito... Vi através dos olhos dessa linda menina uma enorme ferida, ainda aberta, que doía, doía muito. A presença dessa linda menina me fez perceber uma outra presença...

Ela, com ternura, retirou a flecha que me atravessara o peito, prometendo cuidar de mim, do meu coração, da minha ferida... Jurou fazer dos momentos que comigo estivesse, eternos. Foi assim, que essa presença que estava entre nós, se fez viva, intensa e incessante novamente... Surgira do nada, em meio ao anoitecer...

Percebi que tínhamos muito em comum, pois havia em nossos corações uma ferida aberta, que por algum motivo não se fechou... E fez com que o medo de recomeçar, de viver se fizesse presente nos dias em que a noite era mais fria e escura...

Mas surgiu ao amanhecer uma luz, junto com o raiar do sol, que fez com que esse medo se afastasse um pouco do meu peito, contudo, a ferida aberta no coração da mais bela menina ainda doía, e não me deixou tocar para cuidar dessa ferida... Queria cuidar dessa ferida com o melhor remédio que poderia usar, o remédio feito pelo amor, que pode curar e fechar qualquer ferida no coração.

Aos poucos consegui entender que não é do dia para a noite que uma ferida se fecha, ainda mais quando ela é profunda, mas estou disposto a fazer parte do processo de cicatrização dessa ferida, tentado por nesse coraçãozinho o melhor remédio que se poderia usar, o amor!

Eduardo Costa (Apresentador)
Enviado por Eduardo Costa (Apresentador) em 22/08/2013
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