VIRTUALIDADE DO LIVRO VIRTUAL.

As portas da humanidade vão se abrindo para novos horizontes, principalmente na aproximação humana. Assim surgiu a fala, oralidade, os sinais, a escrita tão rica e historicamente descrita, com a cultura clássica salva pelos monges dos vândalos da idade média, a prensa, a imagem e finalmente a antena vascularizada pelos hoje famosos e globais “bites”. A comunicação não mais tem fronteiras.

Faz pouco tempo, aproximados trinta anos, uma pequena biblioteca que tenho de artes, só se enriquecia com minhas viagens para o exterior, difícil encontrar no Brasil o que trazia a bom preço. Hoje pela computação se chega aos grandes museus do mundo e de consequência às suas obras. É a virtualidade que se acessa rapidamente, na antena. Assim é o livro virtual, que chegou e ficará.

Qual a sua diferença do livro expressamente editado? Um divisor de águas ditado pelo padrão cultural. Por quê? Por um simples fator, dimensão e quantidade. Isto reduz de alguma forma a qualidade. Não que o livro virtual não vá ser aceito, mas até ganhar envergadura de respeitabilidade terá que caminhar um vasto caminho, o do reconhecimento da qualidade. Autores festejados não lançam livros virtuais, por terem os mesmos editados e o acesso a eles, se facultado, ser posterior a ter sido editado pelos meios conservadores.

A abertura da comunicação pode ser comparada à sua segregação temporal, cultura humana longeva. Descoberta por quatro adolescentes em 1940, a gruta de Lascaux constitui a maior porta da comunicação das eras. Arte rupestre brotada das mãos humanas em Montignac, Dordonha, França. Virtualidade é ficção. Dormia na ficção, virtualmente, esta maravilha pintada nas paredes com bovídeos, cavalos, cervos, cabras selvagens, felinos, etc, um oráculo da comunicação que na virtualidade se estendeu até nossos dias. Não existia para nosso conhecimento. São 17 000 anos do desconhecido, que pode ser lido como virtual, que passou após para a realidade, DEPOIS DE DESCOBERTO.

É assim o “livro virtual”, é virtual, ou seja, semanticamente, “existente apenas em potência ou como faculdade, não como realidade ou efeito real; que poderá a vir a ser, existir.....”. Dicionário etimológico Houaiss, folhas 2869.

Virtual desemboca no imaginário, que não é físico, resta como conceito. Há inconcretude, é virtual, não é concreto tudo aquilo que não é físico.

Não é possível em passe de mágica tornar o virtual realidade, mesmo com a tecnologia existente. É preciso dar ao tempo o tempo necessário para mudar conceitos, se é que vão mudar.

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 22/08/2013
Reeditado em 22/08/2013
Código do texto: T4446552
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