Palpite

rssA gente vai crescendo enquanto caminha pela vida e vai aprendendo algumas coisas e desaprendendo outras. Faz já um bom tempo que deixei de ver o jogo do bicho como uma prática inofensiva de um povo alegre que começou a brincadeira para que o zoológico não fechasse as portas. Cada visitante recebia um bilhete com um número que era sorteado no final do dia e o ganhador levava uma graninha legal. Pura brincadeira que pouco mais de um ano depois já era uma febre pela cidade do Rio. Era quase inocente, Era.

Minha avó juntava os tostões para fazer sua fezinha, meu pai sempre tinha um pedaço de papel com muitos números e até minha mãe que nunca jogava vez em quando palpitava um bicho para alguém jogar. Meu primo Beto, o São, era um craque nessa arte, ou dizia que era, sei lá rss.

Eu jogava mesmo sem nunca ter entendido como funciona de verdade, mas apenas se sonhava com um dos bichos da roleta. E tinha que ser um sonho bem visível. E ganhei várias vezes. Mas o tempo foi passando e o jogo entrou no crime, virou coisa de bandido e parei de financiar essa campanha. Aprendi a gostar antes e desaprendi jogar hoje.

O diabo é que nessa noite sonhei com um baita jacaré, um dos grandes e o calhorda insistia em aparecer, talvez querendo testar minha coerência e adivinhando que a grana por aqui anda curta anda curta. Então, aos que gostam, taí, Jacaré - 57, 58, 59, 60. Quem se habilita?