O RETORNO DOS POETAS.
A poesia sempre esteve distante da razão. Não poderia ser de outra forma. No vestíbulo do século XIX, Jane Austin dá nascimento ao seu “RAZÃO E SENSIBILIDADE”.
Homens e mulheres, então, não precisariam mais recorrer a processos filosóficos para saberem de si mesmos, bastava saber ler. Atribuir a Kant ou responsabilizá-lo por este desfecho seria injusto. Destacar da filosofia a melhor forma de compreensão e abrir mais a porta ao imaginário.
Os românticos, no caso poetas, tomaram a si aquela tarefa tão decantada de um destino caprichoso que encerrasse uma revelação. A alma passava a dominar o calor das emoções. Mas para saber ler, bastava saber ler, processo difícil, pois ler é compreender, e definir-se, em sentimento propagado. Para isso há que existir o veículo que faz a ponte do sentimento, compreensão, como na leitura. Era preciso reconhecer a “CRÍTICA DO JUÍZO” de Kant como ponto de partida ligando no homem sentimento e razão.
A razão põe de lado o princípio da repressão dos prazeres.
Mas não podia sonhar Kant com a pletora desgarrada da poesia envolvida em passeata da vontade que grita em desrazão quando foge da própria razão e de seu veículo, a leitura que compreende. Não se pode incentivar o que não nasceu nem matar o que não viveu.
A Crítica do Juízo reside nesse espaço vazio imaginado por Kant, no "Retorno dos Poetas", onde (condicional) se situaria pelo sentimento mais elástico da poesia a explicação racional de um sentimento maior que por saber ler a alma edifica construindo de forma crítica a razão.
Para ler em sentido amplo é preciso várias leituras.