As duas senhoras caminhavam pela Avenida Nossa Senhora de Copacabana. Uma delas, bem mais jovem, dizia para a outra que devia ter o dobro da idade dela – “não adianta nada eu lhe dizer, a senhora não vai lembrar mesmo.”
"Você está querendo dizer que eu estou com a memória fraca? Tô não, eu me lembro do que me interessa."
Elas atravessaram e não pude acompanhar o desen-rolar da conversa, mas fiquei a pensar naquela pro-posta de só me lembrar das coisas que me interessam. De agora em diante não vou me lembrar de acordar cedo para trabalhar. Não vou me lembrar de pagar as contas. Não vou me lembrar daquele namorado que se esquece de me telefonar. Não vou me lembrar daquelas pessoas que só ligam para pedir alguma coisa ou para reclamar da vida. Vou cortar, da minha vida, tudo que me aborrece. Só vou pensar nas coisas boas, nas pessoas legais, nos amores que valham a pena.
"Você está querendo dizer que eu estou com a memória fraca? Tô não, eu me lembro do que me interessa."
Elas atravessaram e não pude acompanhar o desen-rolar da conversa, mas fiquei a pensar naquela pro-posta de só me lembrar das coisas que me interessam. De agora em diante não vou me lembrar de acordar cedo para trabalhar. Não vou me lembrar de pagar as contas. Não vou me lembrar daquele namorado que se esquece de me telefonar. Não vou me lembrar daquelas pessoas que só ligam para pedir alguma coisa ou para reclamar da vida. Vou cortar, da minha vida, tudo que me aborrece. Só vou pensar nas coisas boas, nas pessoas legais, nos amores que valham a pena.