Indagações irrespondíveis
Sou uma mulher comum. Tenho anseios, desejos, medos, inseguranças, frustrações. Também tenho alegrias, sonhos, entusiasmo, bom humor. Não me chateio por qualquer coisa. Não sou de reclamar da vida. Considero-me uma pessoa equilibrada: não sou egoísta, mas não totalmente altruísta; sou cética em relação a algumas coisas e inteiramente crente em relação a outras. Neutra não sou, sempre escolho um lado: o do bem.
Tenho algumas convicções, muitas contradições e centenas de indagações. Ah, as indagações é que andam me tirando o sossego. Eu sempre me pergunto: Por que estou aqui? Para quê? Até quando? Não encontro respostas. Acho que ninguém sabe respondê-las. “Conforme-se, mulher, e viva. Só isso.”, é o que me digo muitas vezes.
Há milênios os filósofos já faziam as mesmas perguntas. Um dos problemas mais antigos da Filosofia têm a ver com questões sobre vida e morte. Embora eles tenham nos deixado muitos pensamentos e ensinamentos, não conseguiram nos deixar as respostas que ainda hoje procuramos: o que é a vida, qual é o seu propósito, para onde vai (ou vamos)?
A imponderabilidade do viver é fato. Vida não pode ser medida, pesada, avaliada. Não há valor numérico para isso. Entretanto, reconhecemos que existe um valor intrínseco. Mas, qual? Segundo alguns filósofos, esse valor é a busca da felicidade. Caímos em outra questão: o que é felicidade? Essa é fácil: felicidade é bom êxito, ventura, bem-estar, contentamento, prosperidade, bem-aventurança (está no Aurélio). Mas como encontrá-la?
Bertrand Russel (1872-1970) em seu livro A conquista da felicidade, concorda que a vida humana é quase sempre infeliz, mas ele “aconselha” como se pode chegar a ser feliz: “Há muitas fontes de felicidade, incluindo o ‘prazer’, a afeição, a família, o trabalho, os interesses impessoais (como arqueologia, teatro ou livros) e a capacidade de encontrar um meio-termo entre o empenho e a resignação. Para evitar a infelicidade, deve-se tentar libertar-se da inveja, da competição excessiva, da mania de perseguição e do medo da opinião pública.”. Defensor do otimismo, Russel via como desnecessárias algumas formas de infelicidade.
Philippa Foot, uma filósofa da atualidade, é uma das poucas que discutiram o valor intrínseco da vida. Para ela faz todo sentido acreditar que a vida, mesmo sem felicidade, vale a pena ser vivida. Ela diz que as pessoas geralmente desejam continuar vivas, mesmo quando sua infelicidade é maior que a felicidade.
Eu penso que tanto Russel quanto Philippa têm razão. Há muitas fontes de felicidade, sim, e pensar em não viver porque não se está feliz nem passa pela cabeça da maioria das pessoas. Nem pela minha.
Assim, não adianta fazer conjeturas. Vida é vida, com ou sem felicidade. A minha vida é essa, não há outra, e até que sou mais feliz do que infeliz.
As indagações vão continuar existindo: Por que eu sou eu? Por que sou como sou? Por que estou nessa vida, nessa época, nesse lugar? Não sei. Nunca saberei. Se não há uma resposta plausível, respondido está. O que sei é que me amo e adoro viver.
Sou uma mulher comum. Tenho anseios, desejos, medos, inseguranças, frustrações. Também tenho alegrias, sonhos, entusiasmo, bom humor. Não me chateio por qualquer coisa. Não sou de reclamar da vida. Considero-me uma pessoa equilibrada: não sou egoísta, mas não totalmente altruísta; sou cética em relação a algumas coisas e inteiramente crente em relação a outras. Neutra não sou, sempre escolho um lado: o do bem.
Tenho algumas convicções, muitas contradições e centenas de indagações. Ah, as indagações é que andam me tirando o sossego. Eu sempre me pergunto: Por que estou aqui? Para quê? Até quando? Não encontro respostas. Acho que ninguém sabe respondê-las. “Conforme-se, mulher, e viva. Só isso.”, é o que me digo muitas vezes.
Há milênios os filósofos já faziam as mesmas perguntas. Um dos problemas mais antigos da Filosofia têm a ver com questões sobre vida e morte. Embora eles tenham nos deixado muitos pensamentos e ensinamentos, não conseguiram nos deixar as respostas que ainda hoje procuramos: o que é a vida, qual é o seu propósito, para onde vai (ou vamos)?
A imponderabilidade do viver é fato. Vida não pode ser medida, pesada, avaliada. Não há valor numérico para isso. Entretanto, reconhecemos que existe um valor intrínseco. Mas, qual? Segundo alguns filósofos, esse valor é a busca da felicidade. Caímos em outra questão: o que é felicidade? Essa é fácil: felicidade é bom êxito, ventura, bem-estar, contentamento, prosperidade, bem-aventurança (está no Aurélio). Mas como encontrá-la?
Bertrand Russel (1872-1970) em seu livro A conquista da felicidade, concorda que a vida humana é quase sempre infeliz, mas ele “aconselha” como se pode chegar a ser feliz: “Há muitas fontes de felicidade, incluindo o ‘prazer’, a afeição, a família, o trabalho, os interesses impessoais (como arqueologia, teatro ou livros) e a capacidade de encontrar um meio-termo entre o empenho e a resignação. Para evitar a infelicidade, deve-se tentar libertar-se da inveja, da competição excessiva, da mania de perseguição e do medo da opinião pública.”. Defensor do otimismo, Russel via como desnecessárias algumas formas de infelicidade.
Philippa Foot, uma filósofa da atualidade, é uma das poucas que discutiram o valor intrínseco da vida. Para ela faz todo sentido acreditar que a vida, mesmo sem felicidade, vale a pena ser vivida. Ela diz que as pessoas geralmente desejam continuar vivas, mesmo quando sua infelicidade é maior que a felicidade.
Eu penso que tanto Russel quanto Philippa têm razão. Há muitas fontes de felicidade, sim, e pensar em não viver porque não se está feliz nem passa pela cabeça da maioria das pessoas. Nem pela minha.
Assim, não adianta fazer conjeturas. Vida é vida, com ou sem felicidade. A minha vida é essa, não há outra, e até que sou mais feliz do que infeliz.
As indagações vão continuar existindo: Por que eu sou eu? Por que sou como sou? Por que estou nessa vida, nessa época, nesse lugar? Não sei. Nunca saberei. Se não há uma resposta plausível, respondido está. O que sei é que me amo e adoro viver.