Meu Pequeno Príncipe Potiguar
Hoje, 19 de junho de 2013, visitei o “Baobá do Poeta” em Natal – RN, o maior baobá do Brasil em circunferência (19,5m), que, desde minha adolescência, quando li pela primeira vez o livro “O Pequeno Príncipe”, sabia de sua existência aqui.
Há uma relação entre o Baobá de Natal e a obra literária de Antoine de Sant-Exupéry, no Rio Grande do Norte credita-se a esse baobá a inspiração de Saint-Exupéry ao criar alguns desenhos e o capítulo V de “O Pequeno Príncipe”, clássico da literatura mundial com mais de 230 traduções. Não há nenhum documento histórico que comprove definitivamente tal afirmação, todavia, “coincidências” tornam esta hipótese verossímil. O baobá exilado em Natal foi visitado pelo autor, quando aqui esteve, nas décadas de 20 e 30. Antoine foi hospedado pelos proprietários do terreno da Rua São José, a família do poeta Diógenes da Cunha Lima. Os desenhos por ele feitos em seu livro, como o elefante, a estrela, o vulcão, as dunas e falésias lembram o mapa e outros símbolos do Rio Grande do Norte.(Fonte Vento Nordeste).
“...Pois bruscamente o principezinho me interrogou, tomado de grave dúvida:- É verdade que os carneiros comem arbustos? - Sim. É verdade. - Ah! Que bom!- Por conseguinte eles comem também os baobás? Fiz notar ao principezinho que os baobás não são arbustos, mas árvores grandes como igrejas. E que mesmo que ele levasse consigo todo um rebanho de elefantes, eles não chegariam a dar cabo de um único baobá..." (O drama dos baobás – Cap. V, “O Pequeno Príncipe”)
Exupéry, em seu livro “O Pequeno Príncipe” descreve-as como “ameaçadoras e até catastróficas quando se vive num planeta pequeno”, obviamente, não é o nosso caso e o principezinho tinha apenas medo de não ter mais espaços para as roseiras ou para ele próprio diante tamanha magnitude.
Muitas árvores são espetaculares, principalmente as amazônicas. Convivi com elas muitos anos quando residi no Estado de Rondônia, na capital Porto Velho, terra de infinitas belezas naturais, de flora exuberante onde me graduei em Letras/Inglês pela Universidade Federal de Rondônia, porém o baobá é uma espécie que se destaca dentre todas, não apenas pela descomunal circunferência de seu tronco, mas também pelos magníficos e grossos galhos apontados para o infinito que nos dá a impressão de observar várias árvores nascidas de uma mesma base, sólida, colada ao chão, pois as raízes não são aparentes. Originárias da África, podem viver de dois a seis mil anos! São especiais não só pelas dimensões: sua forma estranha é o seu maior chamariz. A copa esgarçada desta árvore dá-nos a impressão de ver sua raiz, como se ela estivesse de cabeça para baixo. O baobá é uma excelente armazenadora d’água, o seu caule pode armazenar mais de cem litros.
Amante das árvores e da natureza num todo, hoje mais uma vez senti-me um gigante privilegiado por deslumbrar -e fazer parte- de tamanha perfeição, apesar de meu tamanho ínfimo diante desta árvore, pois creio indubitavelmente no equilíbrio universal, somos todos, desde a minúscula formiga, do microscópico átomo e das cadeias de DNAs, até as deslumbrantes jubartes ou os maravilhosos elefantes africanos, desde as humildes plantinhas que cultivo em minha casa ao impressionante baobá: Somos um só!