A realidade de sonhar

Um dia, sonhei que eu havia embarcado numa viagem, onde seria quase impossível voltar; louca, intensa, diferente. Senti um arrepio ao perceber que meu mundo não mudara. São as mesmas pessoas, mas curiosamente, agiam diferentes.

As pessoas agiam de forma muito diferente, mas eu ainda não sabia como. Então comecei a observar. Em ruas, praças, aonde havia pessoas estava eu a observar. Num desses dias conheci uma mulher que parecia ter a mesma percepção que a minha. Ela tinha olhos negros, que cintilavam com uma intensidade fora do comum, era de mesma altura que eu e tinha os mesmos ideais.

Passamos a nos encontrar todos os dias para observarmos juntos, as mudanças acontecendo. Certo dia, vimos uma pessoa que nos chamou a atenção. Já nos conhecíamos, mas ela agia diferente daquilo que conhecíamos antes, então fomos perguntar como aconteceu tal mudança. Quando nos aproximamos, ela abriu um estranho sorriso e, como velhos amigos que nunca fomos, nos abraçou afetuosamente e disse: “- olá meus queridos, quanto tempo, não?”- disse ela, esboçando uma alegria fora do comum. Sem entender, indaguei-a perguntando como estava sendo a viagem para ela. Ela respondeu dizendo que ali ela tinha encontrado o verdadeiro “eu” dela, mais carinhosa, humilde, verdadeira, sem ter que passar por cima de ninguém para alcançar seus objetivos. Vi então que mudanças tinham acontecido naquele lugar. Aquele era o mundo dos sonhos de duas pessoas: O meu e da mulher de olhos negros.

Curiosamente, não havia preconceitos, diferenças de pessoas civilizadas, que, apesar das diferenças de pensamentos, se aceitavam da forma que elas eram. Nesse momento entendi que meu verdadeiro eu estava presenciando um fato único: a realização de um objetivo de vida que talvez jamais aconteça na vida real.

Afinal, foi apenas um sonho. Mas valeu a pena, pois vi que mesmo com os tropeços e situações de nossas vidas, nosso verdadeiro eu sempre vai se ocultar diante de percalços que a vida nos proporciona. Cabe a nós, trabalharmos para que aquilo que demonstramos para as pessoas não seja ofensivo nem os agrida, pois eu jamais faria à uma pessoa aquilo que que eu não gostaria que fizessem comigo.

Eduardo Costa (Apresentador)
Enviado por Eduardo Costa (Apresentador) em 18/08/2013
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