FUI CONTRA A GUERRA

Fui cumprir o serviço militar obrigatório de 22.06.1972 a 02.10.1975, mas não quis participar na guerra colonial, em primeiro lugar poderia começar por dizer, que sou desfavorável a qualquer tipo de guerra porque: basta pensar que o que é gasto em armamento chegaria para acabar com a fome no Mundo.

No caso concreto da guerra no ultramar em que o meu País Portugal estava envolvido, e na qual não me quis envolver , sou de opinião que : ao que se chamava nesse tempo colónias hoje Países, esses territórios não foram descobertos uma vez que quando os Portugueses lá chegaram já lá existiam populações, tanto assim é que, recentemente já se convencionou classificar de achamentos desses territórios hoje Países soberanos, há até, quem defina colonização: como o processo pelo qual o conquistador ocupa e explora novas terras e domina os seus naturais, depois porque era uma questão de não querer infringir a Carta Internacional dos Direitos Humanos que tinha sido adotada e proclamada pela Assembleia Geral das Nações Unidas em 1945, mas que em Portugal só foi publicada no Diário da República em Março de 1978, e porque as populações tinham todo o direito de reclamar a sua independência, porque nenhum País deve ter a pretensão de ter razão numa ação em que se encontra a ocupar territórios e a dominar outros povos.

A descolonização do Império Português é o capítulo derradeiro e tardio, e disto sofreria as consequências do fenómeno global de dissolução dos impérios coloniais europeus, que se seguiu à II Guerra Mundial de 1939-1945 e que configura o ciclo descolonizador do século XX.

Os seus antecedentes situam-se nos anos 20, quando estudantes das colónias fundam em Lisboa a Liga Africana e, na tentativa de organizarem a luta anticolonial, entram em contacto com o movimento pan-africano que fora fundado nas Caraíbas. Mas só depois de 1945, com o sopro da liberdade que a vitória aliada fez chegar todo o mundo, a luta pela libertação colonial se impôs com toda a dinâmica. Em 26 de Junho de 1945 fora aprovada a Carta das Nações Unidas (ONU), cujo artigo 73 obrigava as potências coloniais a desenvolver nas colónias ``sistemas de autogoverno de acordo com as aspirações políticas das populações´´. Em Outubro seguinte reuniu em Manchester, Grã-Bretanha, o V Congresso Pan-Africano, que lançou um apelo e difundiu diretivas a todos os povos de África para a luta pela independência. No entanto só em 1961, com o início da guerra em Angola é que os Portugueses despertaram para o problema, mas sem que logo tivessem alcançado a sua verdadeira dimensão política.

Sou de opinião que, se tivesse havido um processo de transferência gradual de poderes, não teriam sido criados os Movimentos de Libertação e teria havido uma convivência normal entre os dois Povos o Português e o Africano, e assim se teriam evitado as guerras que existiram e que levaram à consequente perda de milhares de vidas humanas.

Ainda hoje se assiste a grandes conflitos armados entre povos e nações, e certamente que ninguém de bom senso poderá estar de acordo com essas situações.

O ser humano passados dois mil e nove anos depois de Cristo, ainda não teve a evolução suficiente para que certos acontecimentos a que assistimos hoje não tenham razão de existir

É evidente que a indústria do armamento representa grandes interesses económicos, e como essa indústria continua a produzir há que fazer guerras para consumir essas produções.

Zé Alfredo

03.02.2009

Zé Alfredo
Enviado por Zé Alfredo em 17/08/2013
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