Amanheci assim...
Por Carlos Sena
Amanheci com vontade de “fazer uma canção pra ela”. Ou pra ele? Pra não provocar dissenções, uma canção pra elo. Uma canção singela para cantar no carnaval ou no quintal daqueles quando “havia galos, noites e quintais”... Cantar para espantar os males, para espantar os vales de lágrimas que nos tomam vida afora.
Eu vou cantar um frevo. Uma canção que fiz pra “elo” no prelo da vida que surge destemida ora mocinha, ora bandida. Um frevo que fala em Recife, porque um dia à noite eu lhe disse que no ritmo do frevo eu colocaria meu bloco nas ruas.
Amanheci como vontade: com vontade de não ter vontade. Algo impossível como viver sem respirar, como respirar sem viver. Talvez com vontade de ir a lugar nenhum para saber que diferença faz ficar em lugar comum. Vontade daquelas que diz “não comi e não gostei” e que sente sabor de barata nalguma comida mesmo sem jamais ter comido barata.
Amanheci. Apenas isto. Sentir que da canção nos resta o compasso da vida. Que da vida não há dádiva sem luta. E que pela luta a gente labuta por uma vida abundante de sonhos e desejos, de boca e de beijo; de portas que se abrem para que outras se fechem; de mãos que nos dão adeus para que novos amores circulem atemporais. Amanhecer nem sempre é manha do ser. Mas, certamente, todo ser se emaranha nos conflitos que ser feliz pra sempre deixa. Descobrir que “pra sempre sempre acaba” talvez nos deixe como pé no freio em plena ladeira íngreme do sentir. Porque sentir é sempre a razão da vida, pois que não se sabe o que seria o não sentir sem estar vivo. Porque a vida uiva, enquanto passa a chuva e nós comemos a uva passa do nosso presente que se esvai...
Por isso, hoje amanheci com vontade de “fazer uma canção pra ela”... “Uma canção singela, brasileira para lançar depois do carnaval”... Caetaneantemente.
Por Carlos Sena
Amanheci com vontade de “fazer uma canção pra ela”. Ou pra ele? Pra não provocar dissenções, uma canção pra elo. Uma canção singela para cantar no carnaval ou no quintal daqueles quando “havia galos, noites e quintais”... Cantar para espantar os males, para espantar os vales de lágrimas que nos tomam vida afora.
Eu vou cantar um frevo. Uma canção que fiz pra “elo” no prelo da vida que surge destemida ora mocinha, ora bandida. Um frevo que fala em Recife, porque um dia à noite eu lhe disse que no ritmo do frevo eu colocaria meu bloco nas ruas.
Amanheci como vontade: com vontade de não ter vontade. Algo impossível como viver sem respirar, como respirar sem viver. Talvez com vontade de ir a lugar nenhum para saber que diferença faz ficar em lugar comum. Vontade daquelas que diz “não comi e não gostei” e que sente sabor de barata nalguma comida mesmo sem jamais ter comido barata.
Amanheci. Apenas isto. Sentir que da canção nos resta o compasso da vida. Que da vida não há dádiva sem luta. E que pela luta a gente labuta por uma vida abundante de sonhos e desejos, de boca e de beijo; de portas que se abrem para que outras se fechem; de mãos que nos dão adeus para que novos amores circulem atemporais. Amanhecer nem sempre é manha do ser. Mas, certamente, todo ser se emaranha nos conflitos que ser feliz pra sempre deixa. Descobrir que “pra sempre sempre acaba” talvez nos deixe como pé no freio em plena ladeira íngreme do sentir. Porque sentir é sempre a razão da vida, pois que não se sabe o que seria o não sentir sem estar vivo. Porque a vida uiva, enquanto passa a chuva e nós comemos a uva passa do nosso presente que se esvai...
Por isso, hoje amanheci com vontade de “fazer uma canção pra ela”... “Uma canção singela, brasileira para lançar depois do carnaval”... Caetaneantemente.