O AMOR E A FORMA.
Desperdiçar o tempo com coisas vãs. Ocupação inconsequente. Estou atarefado sempre, todo o tempo. Com o quê? Algo que o fará crescer, que traga mais paz interior, que resolva em parte suas grandes indagações? Alguns mal se recordam com o que estiveram ocupados.
A forma é plena, nunca vazia, a forma incorpora objetividades visíveis. A forma é material, traz consequências tangíveis. A ocupação com a forma é necessária, mas não leva a passeios edificadores. Por vezes a necessariedade é vã.
No vazio sensitivo inexiste forma, mas há materialidade no sentimento que se exterioriza e faz crescer, no amor manifestado existe objeto, e objeto tem forma, assim é possível materializar o amor, no abraço, na expressão declinada e confessada, na solidariedade incondicional, no zelo e vigilância para os que nos são caros e mesmo na caridade doada ao desconhecido.
“Deus é”, e não está na forma, não sabemos o que é, mas Nele confiamos, pelo amor que nos dirige e nos embala e faz crescer. O “não ser” em forma se mostra sendo quando ama. Deus faz de seus filhos veículo de sentimento.
A verdade não nasce teoricamente, nem por investigação puramente filosófica, antes é correspondência exata com a realidade, e o amor é um grande veículo da realidade, é visível.
A forma surge, também, da imaterialidade, pelo amor, força que impulsiona e move toda a natureza, torna-se pelo sentimento materializada por multiplicação.
Nada há de estranho em não mudar o agora espiritual tratado como forma sendo sentimento múltiplo.
Por isso devemos nos esforçar para o agora espiritual não ser vão.
A verdade suprema de todas as religiões e ideologias é o estado de consciência de entrega do sentimento e da crença, e ele é forma quando surge e se articula com gigantesca força, é o agora, e o agora é presença desde que haja amor.