FRIO CORTANTE

 
No frio inebriante da manhã, minha respiração se torna visível ao ar, em fumaça branca e quase palpável, gerada pelo motor de meus pulmões.

Assim como o automóvel movido à álcool após ignição, demoro a me esquentar após meu desertar.

O vento gélido e cortante causa dor a minha face, entorpece meus sentidos e estremece meus motores.

Preciso de combustível! Qualquer liquido quente e digerível que amenize meu incomodo.

Ah, Perfeito! Calor humano.

Aos poucos, no transporte, me esquento em meio ao 'sofrimento coletivo' de tantas pessoas juntas em ambiente fechado. Seguindo o fluxo de suas vidas mas vítimas da mesma realidade, o Frio.


 
William Holanda Mesquita
Enviado por William Holanda Mesquita em 15/08/2013
Reeditado em 21/04/2020
Código do texto: T4435225
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