PERDER TEMPO...
Andei preocupada. Pensei estar sendo relapsa para com deveres primordiais.Mas lendo a Biblia,fui ler Eclesiaste, que é um livro muito diferente daquele conjunto que se chama Palavras de Deus. Esse livro foi escrito por Coelet, filho do Rei Davi, segundo dizem. Não sei até hoje se esse autor era um pessimista, um existencialista ou um realista irônico, e as vezes mordaz.
Coelet começa dizendo que o tempo é fugaz."Onde está a felicidade" pergunta. Ele mesmo responde:"procurar felicidade é correr atrás do vento." E continua filosofando: "Debaixo do céu há momento para tudo e tempo certo para cada coisa. Tempo para nascer e tempo para morrer. Tempo para plantar e tempo para colher. Tempo para matar e tempo para curar. Tempo para construir e tempo para destruir.Tempo para chorar e tempo para rir. Tempo para atirar pedras e tempo para levar pedradas. Tempo para gemer e tempo para dançar. Tempo para abraçar e tempo para separar.Tempo para procurar e TEMPO PARA PERDER".
Assim, concluo que não podemos ser radicais. Fico pensando que perder tempo é fazer aquilo que não me faz feliz. Saber perder tempo faz parte da sabedoria. Seria perder tempo ler poesia, se a poesia enche minha vida de enlevo místico? Seria perder tempo sentar-me e ouvir por horas, Bach, Beethoven, Mozart, Canto Gregoriano, ou canções da música popular? Seria perder tempo,admirar um por do sol colorindo nuvens? Seria perda de tempo fechar os olhos e, em silêncio interior,tentar ouvir a voz de Deus? Agora, para que estudar mandarim, se para mim não traz nenhum proveito e felicidade?
Hoje, já não lerei Camões e Olavo Bilac. Prefiro Guimarães Rosa,Carlos Drumond , Rubens Alves, Umberto Eco. Não há mais tempo para ler tudo que é preciso. O remédio é selecionar. O tempo fica cada vez mais curto. Não há mais muito tempo nem para perder tempo.
Pensando bem, os italianos teem certa razão. O "dolce far niente" deve ter sido consequência de leitura do Eclesiaste...
Andei preocupada. Pensei estar sendo relapsa para com deveres primordiais.Mas lendo a Biblia,fui ler Eclesiaste, que é um livro muito diferente daquele conjunto que se chama Palavras de Deus. Esse livro foi escrito por Coelet, filho do Rei Davi, segundo dizem. Não sei até hoje se esse autor era um pessimista, um existencialista ou um realista irônico, e as vezes mordaz.
Coelet começa dizendo que o tempo é fugaz."Onde está a felicidade" pergunta. Ele mesmo responde:"procurar felicidade é correr atrás do vento." E continua filosofando: "Debaixo do céu há momento para tudo e tempo certo para cada coisa. Tempo para nascer e tempo para morrer. Tempo para plantar e tempo para colher. Tempo para matar e tempo para curar. Tempo para construir e tempo para destruir.Tempo para chorar e tempo para rir. Tempo para atirar pedras e tempo para levar pedradas. Tempo para gemer e tempo para dançar. Tempo para abraçar e tempo para separar.Tempo para procurar e TEMPO PARA PERDER".
Assim, concluo que não podemos ser radicais. Fico pensando que perder tempo é fazer aquilo que não me faz feliz. Saber perder tempo faz parte da sabedoria. Seria perder tempo ler poesia, se a poesia enche minha vida de enlevo místico? Seria perder tempo sentar-me e ouvir por horas, Bach, Beethoven, Mozart, Canto Gregoriano, ou canções da música popular? Seria perder tempo,admirar um por do sol colorindo nuvens? Seria perda de tempo fechar os olhos e, em silêncio interior,tentar ouvir a voz de Deus? Agora, para que estudar mandarim, se para mim não traz nenhum proveito e felicidade?
Hoje, já não lerei Camões e Olavo Bilac. Prefiro Guimarães Rosa,Carlos Drumond , Rubens Alves, Umberto Eco. Não há mais tempo para ler tudo que é preciso. O remédio é selecionar. O tempo fica cada vez mais curto. Não há mais muito tempo nem para perder tempo.
Pensando bem, os italianos teem certa razão. O "dolce far niente" deve ter sido consequência de leitura do Eclesiaste...