Você é a culpada
Você é a culpada. De tudo. Por hoje eu achar que o amor deve ser simples e leve. Por me ensinar que de amor não se fala, se sente. A culpa é sua. Sua e desses olhos verdes contornados com lápis negro. Das suas bochechas rosadas, das suas coxas que me tentavam, da sua boca que me dizia ‘eu te amo’ sem emitir nenhum som. A culpa é sua que me ensinou que um filme na tarde de sábado pode ser tão ridente quanto se inebriar com os cupinchas na escuridão de sexta.
Te culpo, pois o amor não é fácil, há mais entre dois corações apaixonados do que pressupõe a nossa vã filosofia de botequim (me perdoe por esse néscio plagio, grande Willian). Te culpo por me ensinar que amar é sentir, sem medo, sem vergonha. Que amar é atirar-se de cabeça sem saber se água esta quente ou fria, sem saber se há água na piscina. Te culpo porque hoje eu amo como se não houvesse amanhã, amo por segundo, por centésimo, amo por geração espontânea, amor só por amar amar.
Talvez nosso amor não tenha dado certo, e nem tenha gozado de todo esse cor-de-rosa, e nem desse céu de brigadeiro, mas nosso amor foi fácil, foi como ganhar o primeiro jogo de goleada, e decidir a volta em casa e com a vantagem do empate. Nosso amor foi franco, sincero, puro. Foi amor de sorrisos e choros.
Nosso amor daria roteiro de filme, peça de teatro, e seria Best-seller em qualquer dessas Megastore do país. E mesmo não tendo final feliz, nosso amor deu liga, deu samba, Blues e Rock, e hoje eu não te odeio pelo fato de tudo ter acabado, eu te odeio por você ter me mostrado o quão fácil o amor pode ser.