HOMENAGEM À UMA LEOA

Karina, minha nora, a mulher do meu caçula Daniel, o pai do Tomás (neto de 8 anos), aniversariou aos 11/8/13 e foi homenageada pela família e amigos na sua residência, onde receberam os convidados, entre eles vários amiguinhos do Tomás, com muito entusiasmo.

Entre os comes-e-bebes, ao som de seleção musical adrede elaborada pelo maridão, fã de canções francesas e italianas, os convivas curtiam aqueles momentos sublimes quando chegou o momento do “Parabéns Pra Você”. A criançada acercou-se e os adultos aproximaram-se da mesa onde os anfitriões ladeavam um bolo fenomenal.

O Daniel adiantou-se, baixou o volume do som, sacou uma folha de papel e pronunciou breve discurso, o qual transcrevo logo abaixo:-

“Leoa, um verdadeiro rugido. Foi o que ouvi, na gargalhada aberta e sincera em algum dia de 1997 (errei?). Estávamos em uma prosaica “corrida de leitos”, eu apresentando o caso de um paciente, ela na roda de estagiários, acompanhando a discussão clínica. Ali despertei:- quem é ela? Por que riu aqui, assim?

O Pai, em planos definidos, plantou a isca para o primeiro encontro. Eu a convidei para uma discussão clínica, no sábado de manhã, na mesma “Santa Casa”. E ela, bobinha, foi! Sim, a discussão era entre eu e apenas ela. O caso? Algum irmão em sofrimento, com um grande abscesso cerebral (Deus o abençoe!). Eu com uma tomografia de crânio nas mãos, ela com o mesmo entusiasmo naquele sorriso alvo, iluminado que Deus lhe deu.

E então? Quem sabe aquela “TC” apontava um possível caminho profissional para ela? Isso não dá pra arriscar, é só poesia. Mas a isca fora mordida.

Depois, na biblioteca. Eu dormindo em cima de um livro e ela veio me acordar com um leve toque no ombro. Muita bandeira, não? Convidei-a para dançar e pronto. Estávamos namorando, 28 de abril de 1997. Dizem que não nos recordamos, mas as datas são desnecessárias. Pra mim, não.

Com a isca mordida, não havia mais retorno. E muito aconteceu até este momento. Não preciso dizer. Todos somos feitos da mesma substância, como belamente afirmou Walt Whitman:-

“Eu celebro a mim mesmo/E o que eu assumo você vai assumir/Pois cada átomo que pertence a mim pertence a você”.

Hoje, celebrando o seu aniversário, eu olho para os céus e agradeço profundamente ao Pai. Somente ela sabe por quê. Estamos construindo um lar, que se ilumina em nosso trabalho diário de autoconhecimento, aceitação dos desafios, planejamento de nossa ascese em direção à verdadeira Luz.

Escuta, meu bem, os anjos que lhe seguem. Não tenha medo. Há muitos que nos amparam.

“To see a world in a grain of sand/And heaven in a wild flower/Hold infinity in an hour” - (William Blake – “Auguries of Innocence”).

“Num grão de areia ver o mundo/Na flor silvestre a celeste amplidão/Segura o infinito em sua mão/E a eternidade num segundo”.

Perdoa os meus defeitos. Amo você! ...” – Daniel Rêgo (11/08/13)

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Palmas e assobios dos presentes, risos e alegria derramando felicidade por todos os cantos do ambiente festivo, quando o pequeno Tomás se adianta com um papel na mãozinha e pede a palavra. Silêncio absoluto e o lourinho manda ver:-

“Mamãe,

Quando eu vejo você eu penso no amor, no quanto eu a amo. Você é a melhor coisa do universo. Graças a você eu sou tão alegre e tão feliz. Sem você eu acho que não seria nada. Você é a melhor mãe do universo! Obrigado por tudo, mamãe.

Do, Tomás (11/08/13)”

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Aí foi o clímax da alegria, as velinhas do bolo foram acesas e a Karina, com aquela risada gostosa e contagiante que só ela tem, cantou junto a todos os presentes o “Parabéns Pra Você”!...

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B.Hte., 12/08/13

RobertoRego
Enviado por RobertoRego em 13/08/2013
Reeditado em 15/08/2013
Código do texto: T4432585
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