INVASÃO DE PRIVACIDADE
Prof. Antônio de Oliveira
antonioliveira2011@live.com
Em geral se criticam programas de televisão mas não se criticam os intervalos, eivados de publicidade no grito e de propaganda oficial ou partidária.
A oficial, dos municípios, dos Estados e da União, com o nosso dinheiro;
a comercial, para pegar o nosso dinheiro, principalmente dos consumistas, mais que dos consumidores. Sorria! Você está sendo fisgado.
A propaganda oficial, por sua vez, é insignificante ou pouco significativa. Tomam-se umas tantas amostras que são transformadas em panaceia como solução de todos os problemas. Um nhenhenhém. Enquanto isso, os telejornais despejam baldes de sangue, tal a onda crescente de violência que assola o País, denunciam a precariedade de nossas rodovias, mostram as diferenças entre nós e os países desenvolvidos. Curioso, para construir ou reformar estádios não falta dinheiro. Já para a saúde, educação, transportes... Falta uma boa dose de autocrítica ou de sensibilidade aos nossos políticos, como falta também espírito crítico aos cidadãos. Aliás, muitos desses encontram soluções para todos os problemas nacionais, porém essas pseudossoluções não vão além do recinto dos bares e botecos da vida. Falta, efetivamente, ação seguida de reação, governo fiscalizado pela oposição.
Já se propagou, entre nós, o slogan: Brasil, ame-o, ou deixe-o! Mas como amá-lo de fato? Dá-se a receita, não se oferecem os ingredientes. Cazuza foi contundente: Brasil, mostra a tua cara! Apesar de tudo, Cazuza considerava o Brasil “grande pátria, desimportante”. E “em nenhum instante eu vou te trair; não, não vou te trair...” Na prática, inúmeras são as maneiras de trair a pátria. Inclusive, ou sobretudo, por omissão.
De modo algum nós, adultos, temos moral para falar mal dos jovens ou culpá-los. A classe política, essa então... Deixamos-lhes “o legado da nossa miséria”, ou... herança maldita. Listando alguns itens: consumismo, demagogia, impunidade, violência... Ah! E a corrupção? Hein?!