AGOSTO - MÊS DO DESGOSTO?
Ditados, crendices, superstições sempre estiveram presentes na história humana. De geração em geração algumas se perpetuaram e suas origens se perderam no tempo, de tal forma que se tornou quase impossível saber seu significado.
O mês de agosto, coitado, é um exemplo disso. "Agosto, mês do desgosto". Pelas barbas do profeta, por que esse estigma? Será porque é o mês em que acabam as férias de meio de ano ou porque não tem feriado? Será que é para rimar? Mas será que não acharam uma rima melhor? Não bastasse isso, ainda tem o tal do dia 13, quando cai numa sexta-feira de agosto parece ser pior do que em outros meses do ano. Para esculhambar ainda mais o pobre agosto, ainda tem aquele trocadilho: "Assim como A-Normal é contrário à norma, A-Gosto é contrário ao gosto"!
Se a gente pensar seriamente, o mês de agosto é pródigo em acontecimentos históricos nefastos. A duas Grandes Guerras Mundiais iniciaram em agosto; Hiroshima e Nagasaki foram destruídas pela bomba atômica em agosto; a construção do muro de Berlim iniciou em agosto. Mas isso justificaria esse clichê?
Sabe-se, pela historiografia, que as mulheres portuguesas não casavam no mês de agosto, porque era a época em que saíam as expedições à procura de novas terras e elas corriam o risco de ficarem sem lua-de-mel ou mesmo viúvas. Essa crença foi trazida para o Brasil pelos colonizadores. Segundo o Google, meu fiel amigo sabe-tudo, o original era: “casar em agosto traz desgosto”, que o brasileiro transformou em “agosto é o mês do desgosto”.
A pessoa faz escolhas mal feitas, toma decisões impensadas, mete-se em situações difíceis e a culpa é do agosto. Coitado do agosto! Que sina!