Vamos falar de música.

Entre sons de máquinas, partículas de poeira, a voz grave, de Nina Simone, se destaca. Penso em como a música é capaz de iluminar os momentos mais sombrios ou de traduzir a alegria mais irrestrita. Penso de como são abençoadas, gargantas e mãos,capazes de transcender o humano em nós, através da música.

Gosto de música, de boa música, e aí não importa se clássica, jazz, samba ou rock, importa de como me toca. E ontem, João Bosco, me deixou em êxtase...olhava, fascinada suas mãos, de dedos ágeis, que amorosamente, deslizavam nas cordas do violão.

Falou de Caymmi, de como este baiano, de fala mansa, toca. E exemplificava a facilidade e originalidade, do mestre , que não se prende a ritmos e sim interage ao ambiente harmônico de suas canções - quando canta o vento - o violão é a própria brisa, entre coqueiros.

Perguntado pelo repórter, Roberto D'Avila, como compôs o Bêbedo e o Equilibrista, ele pega o violão e mostra os primeiros acordes, da música, que fez para homenagear Chaplin, e que se tornou nos versos do Aldir Blanc, o hino da anistia no Brasil.

O que emociona é a humildade e simplicidade deste músico, genial, que se preocupa com o jovem brasileiro e principalmente, com os rumos da música no Brasil. Que ouve os novos sons (da periferia) como manifestações, de uma grande parte da sociedade, que tenta se fazer ouvir. Defende que a música deveria ser levada, às escolas, desde o fundamental, dando assim oportunidade de um desenvolvimento maior, da nossa criatividade.

Parabéns a TV Educativa, que nos brindou com momentos de um papo agradável, regado de música de qualidade.

Jacy Ferino

26/02/2007