EU NÃO SEI

CRÔNOICA: EU NÃO SEI.

Hoje é dia 09/agosto, antevéspera do dia dos pais! Eu acabo de assistir o programa:

“Encontro com Fátima Bernardes”. EU NÃO SEI se começo esta crônica mandando

um beijo enorme para o coração dela, e o agradecimento pela grande oportunidade que ela nos proporciona colhendo dos pais que participaram do programa que por sua vez arranca de nós lágrimas; de saudade de alguns, alegria de outros que os tem vivos. Daqueles que de certa forma não foram bons, mas eram pais; daqueles que deixaram saudades, mesmo não sendo (dos melhores) e principalmente daqueles que não deviam ter ido, e ficado pára a eternidade segundo o nosso egoísmo natural da nossa natureza humana.

EU NÃO SEI se devo falar de um pai, com raiva; até poderia parecer ódio. Um pai rigoroso que não perdoava um erro de um filho tais como (repetição de ano na escola) ou mesmo uma nota menos de 10, porque dizia ele: vocês não fazem outra coisa senão estudar. Tem tudo o que quer. É premiado pelo primeiro lugar tirado na escola.

EU NÃO SEI se devem perdoá-lo se ele dividia as férias; à do meio do ano e a do fim do ano letivo. Uma para brincar se divertir e a outra metade para trabalhar na fazenda; não que ele precisasse do trabalho dos filhos não remunerados... Dizia ele: Eu não sei até quando vocês vão ficar sobre a minha proteção, se um dia deste vocês terão que viver sem ela, aqui ou em outro lugar. Eu não quero correr o risco de ser culpado de vocês não terem sido preparados para o futuro, e precisar trabalhar duro para a sobrevivência e não saber como... Porque a vida é dura e não gosta de gente mole. Era assim que ele via a vida.

EU NÃO SEI se devem perdoá-lo pelos (bolos) ; era com chamava aquilo que ele dava com a palmatória nas mãos deles enquanto argumentava a tabulada; porque dizia ele: isso é para vocês lembrarem que devem decorar a tabuada porque dela vocês irão precisar muito na matemática.

EU NÃO SEI se por esse motivo que eles sempre foram, muito, muito bom em matemática, e principalmente em tabuada. (até a tabuada grande).

EU NÃO SEI se devem perdoá-lo pelas surras de cinturão que tomaram dele; “diga-se -de passagem”, foram muitas. Sabem, se alguns deles não levassem pelo menos duas surras até a hora do almoço, quando chegasse a hora do jantar já estavam devendo no mínimo dobro Eles eram bonzinhos. Nem todo é claro, Ele é que não os compreendiam...Só porque eles com a molecada atravessavam o rio São Francisco a nado. O rio tinha só +- 1 quilômetro de largura e muita corredeira, isso por acaso era motivo de uma surra?EU NÃO SEI, esses pais não entendia mesmo!

Agora, EU NÃO SEI se devem perdoá-lo porque ele não quis deixar o filho em São Salvador estudando medicina quando um médico amigo da família quis que ele ficasse na casa dele e estudar junto com os filhos dele que estudavam medicina. Ele acha que ele cortou a carreira. Disse ele que era por amor, ficava muito longe, porque eles moravam no sertão Bahia! Mesmo porque ele já havia tirado a oportunidade de estudar na escola militar da marinha onde um tio da mãe deles era coronel e ele pediu que deixasse ficar estudando na academia militar. Ele

não deixou. Talvez pelo mesmo motivo.( O grande amor que tinha por eles)

EU NÃO SEI! Hoje eu sou pai, avô será que eu não seria o egoísta como ele foi? Aquele homem tipo rude, apesar de ser um homem culto, de formação também militar. Pai de 19 filhos sendo16 do casamento. Casou-se com uma moça filha única de uma família muito importante, apesar de ser adotada; que levou de dote quatro fazendas, e ele a transformou em pouco tempo nas maiores da região.

Ele era respeitado como fazendeiro e como político; apesar de que nunca quis ser candidato á nada, apenas um chefe político quase forçado pelo prestígio que ostentava.

Este é o pai... O QUE EU SEI, é que os filhos; o que são hoje devem tudo a ele. Se são homens de bem devem á ele, apesar de que se um deles não é hoje um militar de posto alto deve a ele. Se não é, ou não foi um médico, também deve á ele, o seu amor desmedido pelos filhos não deu a oportunidade de tentar. Mas o que realmente SEI; é que não trazem com eles nenhuma mágoa, porque ele foi sempre um ótimo pai. Quando eles resolveram sair de casa e vir para São Paulo ele não pôs nenhum impedimento. Ele dizia: vocês tiveram o melhor preparo para enfrentar a vida lá fora. Agora é com vocês. Ele partiu cônscio de que fez por eles tudo o que um pai podia e devia fazer. EU NÃO SEI! REALMENTE? EUNÃO SEI...

Lício Guimarães
Enviado por Lício Guimarães em 10/08/2013
Código do texto: T4428827
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2013. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.